É de domínio comum que a espécie
bovina, entre os inumeráveis outros méritos, criou
a música, e até deu-lhe seu nome, mesmo se uns tolos
pensam que o nome derive-se das musas.
Por outro lado, o verso do grande poeta francês Jules Supervielle
(1884-1960): "Souvent les boeufs font semblant de ruminer
alors que du fond de leur âme ils chantent" (frequentemente
os bovinos fingem ruminar, enquanto do mais fundo das suas almas
cantam) apanha perfeitamente a ocasião usada pelo gado
para cantar.
O desenvolvimento dos pré-estômagos nos ruminantes
tem de facto o objectivo principal de prover os animais dum instrumento
musical, que além disso tem uma caixa de resonância
(o rúmen) mais amplo do que qualquer instrumento musical
humano.
Desde os tempos antigos os seres humanos tentaram extorquir os
segredos da musicalidade ruminante, usando partes do corpo dos
bovinos para fazer instrumentos musicais (chifres em lira), ou
às vezes usando o animal inteiro (imagem
1). Um grande número de cantores famosos eram na
realidade bovinos, por outro lado traídos pela sua voz
e pelo seu tamanho, como o famoso Luciano Pavarotti, bovino de
raça Modenesa (imagem 2).
O coro de boca fechada foi inventado por um bovino ..., e como
devemos considerar as cores escolhidas para as teclas do piano,
as mesmas da pelagem das Frísias? Muitas obras evidenciaram
que as vacas leiteiras dão mais leite se ordenham-se enquanto
escutam música clássica, quer executada em directo
(imagem 3), quer escutada
dum estéreo (imagem 4)
ou dum radiorreceptor (imagem 5).
Além disso o pentagrama é provavelmente uma invenção
bovina, ou foi pelo menos diretamente inspirado pela pelagem malhada
das Frísias (imagem 6).
COMPOSITORES BOVINOS
Como pode-se ignorar a esmagadora
coincidência entre a origem geográfica dos grandes
compositores e as regiões que deram origem às raças
de gado?
O princípio de escolher a explicação mais
simples vale mesmo neste caso, de maneira que podemos dizer que
a música é um fenômeno genuinamente bovino,
e os mais grandes compositores eram bovinos.
Giuseppe Verdi era um bovino de raça Branca de Val Padana,
famosa pela V branca (imagem 7)
no focinho preto (V, como Verdi, apenas uma coincidência?),
e também o apelido que escolheu como pseudónimo
recorda evidentemente a cor dos pastos.
A protagonista da "Traviata", por fim, chama-se
Violetta, um típico nome de vaca, e além disso adoece
de tuberculose, uma típica doença bovina. Gioacchino
Rossini era um bovino de raça Marchigiana (imagem
8), e sua famosa sinfonia "A Pega-rabuda Ladra"
na origem foi chamada "A Vaca Ladra" e era dedicada
a uma vaca frísia famosa por seu hábito de subtrair
o feno as companheiras de estábulo, o famoso compositor
de Pésaro teve que mudar o animal no título, mas
escolheu outro preto e branco, mesmo como a frísia original.
Giacomo Puccini era um boi Maremmano e sua "Madame Butterfly"
era evidentemente uma vaca (imagem
9), como evidenciado por seu nome, composto por butter
(manteiga, produzido somente com leite de vaca) e fly (mosca,
um inseto estreitamente relacionado ao gado); além disso
"La fanciulla del West" (A rapariga do Oeste),
é situada no mundo dos cowboys, isto é dos vaqueiros.
Mesmo os mais grandes compositores não-Italianos
eram bovínos: Mozart era um boi de raça Cinza Alpina,
e seus concertos para trompa (em italiano "corno", isto
é "chifre") traem a origem bovina do gênio
de Salzburgo e os protagonistas da sua obra "A Flauta
Mágica", Papageno e Papagena, na origem eram um
novilho e uma novilha, mas depois a opressiva censura anti-bovina
forçou-o a transformá-los num par de papagaios (imagem 10), e a mudar o título
original da obra que era "O Chocalho mágico".
A celebérrima Sinfonía n° 6 de Beethoven, chamada
"Pastoral", aclara que o grande compositor de
Bona era um bovino, como também revelado por seu pescoço
de touro (imagem 11), e que
ele recordava com saudade os tempos em que estava livre de pastar
nos verdes pastos alemães.
O protagonista masculino da "Carmen" de Georges
Bizet era um toreador, Escamillo, e o autor trai sua natureza
bovina por sua aversão, em todo o caso compreensível,
para esse assassino em série de touros (imagem
12).
Os concertos de Georg Friedrich Haendel nomeados "Water
Music" foram inspirados aos cantos do gado no caminho
pela abeberação.
Mesmo Wagner escreveu uma obra inspirada aos bovínos: "O
Holandês Voador;" (imagem
13), que a princípio inspirava-se numa vaca frísia
(isto é holandesa), que levantou vôo para migrar,
outra característica do gado escondida por uma conspiração
de silêncio (vejam minha obra "o
vôo bovino: uma realidade negada").
MÚSICA BOVINA
MODERNA
A índole melancólica
e reservada do gado bovino torna-los particularmente idôneos
ao blues e ao spiritual (imagens 14
e 15), que são tradicionalmente
executados ao entardecer, com grande habilidade, até que
uma vaca de raça Longhorn foi nomeada "Singing
the Blues" (vejam imagem 16
e também o site).
Levaria muito tempo listar todas as estrelas do rock que em suas
obras traem uma origem bovina, como o grupo dos Henry Cow, Elvis
Presley com Milk Cow Blues Boogie e Milky White Way,
os Pink Floyd com a capa
de Atom Heart Mother (imagem 17), Frank Zappa com seu LP
"Uncle Meat" (imagem
18), uma dramática reportagem sobre o mundo dos
hambúrgueres e, mais recentemente, o "cow-punk"
de Curt Kirkwood..
Por fim, uma revelação do YouTube dos Estados Unidos:
as vacas cantam preferencialmente no tom de si bemol ou B-flat
(foto 19).
CONCLUSÕES
Não está longe o momento
em que o gado reivindicará os seus méritos musicais,
as playlists serão compostas apenas por música bovina,
os coros sinfónicos serão compostos apenas por bovinos
e as orquestras aclamarão o seu maestro: "Muuuti!".