O Institute of Medicine publicou um relatório tranquilizador sobre as vacinas. (Consumer Health Digest #11-28 1° de setembro de 2011) O Institute of Medicine examinou mais que 1.000 artigos de pesquisa publicados e concluiu que, enquanto nenhuma vacina é 100% segura, demonstraram-se muito poucos efeitos adversos causados pelas vacinas. Além, o relatório concluiu que as vacinas não causam as várias doenças graves que recentemente geraram preocupação: **A vacina MPR (sarampo-papeira-rubéola) não é associada com o autismo ou o diabetes infantil. **A vacina DTaP (difteria-tétano-pertússis com componente acelular) igualmente não é associada com o diabetes **A vacina da gripe, administrada como injecção, não agrava a asma. Em 1900, por cada 1000 bebês nascidos nos Estados Unidos, 100 morreram dentro do primeiro ano de vida, frequentemente por causa de doenças infecciosas. Hoje existem vacinas eficazes para muitas doenças bacterianas e virais. A versão integral do relatório de 665 páginas, The Adverse Effects of Vaccines, pode-se baixar gratuitamente do site web da National Academies Press http://download.nap.edu/cart/download.cgi?&record_id=13164&free=1
Os ativistas anti-vacinação ridicularizados no YouTube (Consumer Health Digest #15-10 - 8 de março de 2015) O apresentador de talk-show da televisão Jimmy Kimmel produziu dois episódios promovendo vacinações. O primeiro sugere que os médicos talvez sabem mais sobre as vacinas que a atriz Jenny McCarthy (até quando está vestida). O segundo discute as reações desagradáveis ao primeiro vídeo e apresenta os resultados duma pesquisa em que perguntavam às crianças se prefeririam receber uma injeção ou um pirulito.
Reportou-se um caso de difteria na Espanha (Consumer Health Digest #15-22 - 7 de junho de 2015) Um menino de seis anos tornou-se o primeiro caso de difteria na Espanha desde 29 anos. Oito crianças que entraram em contato com ele deram positivo para a bactéria causadora mas não ficaram doentes. Estas crianças, os quais tinham todos sido vacinados, foram colocados em isolamento e estão sendo tratados com antibióticos para prevenir o desenvolvimento da doença [Eight more children infected with diphtheria. The Local Spain, June 8, 2015]. O menino de seis anos, foi hospitalizado em estado grave, mas parece estar respondendo bem ao tratamento com antitoxina diftérica obtida pela Rússia depois de um apelo internacional urgente. Seus pais declararam sentir-se "enganados" pelo movimento anti-vacinação. Antoni Mateu, secretário regional da Catalunha para a saúde pública, comprometeu-se a perseguir programas ilegais anti-vacinação que "espalham mentiras e geram confusão". A difteria tinha sido considerada erradicada na Espanha, graças aos programas de vacinação de rotina, tendo sido o último caso relatado em 1986.
A AMA quer que acabem as isenções das vacinas por "convicções pessoais" (Consumer Health Digest #15-23 - 14 de junho de 2015) A AMA (American Medical Association) adoptou uma nova política para obter requisitos estaduais mais rigorosas pela imunização. Embora os programas de vacinação obrigatórios nos Estados Unidos tenham controlado ou eliminado a propagação de varíola, sarampo, caxumba, rubéola, difteria e poliomielite, apenas dois estados vetam as isenções por motivos não médicos baseadas em convicções pessoais. A nova política recomenda que as autoridades de saúde pública qualificadas sejam envolvidas na determinação de quais vacinas devam ser compulsórias e que as isenções sejam permitidas só por razões médicas. A AMA também pretende apoiar a divulgação de materiais sobre a eficácia das vacinas.
A California limita as isenções das vacinações (Consumer Health Digest #15-26 - 5 julho 2015) O Governador Jerry Brown promulgou o projeto de lei do Senado SB277, tornando a Califórnia o terceiro estado do país a exigir vacinações das crianças em idade escolar e das crianças em creches, sem isenção por convicções religiosas ou pessoais. Os outros dois estados são Mississippi e West Virginia. A Califórnia é também o primeiro estado a revogar a isenção religiosa das vacinações. Dois meses atrás, o Vermont revogou a sua isenção "filosófica" das vacinações e se tornou o primeiro estado a revogar a isenção por convicções pessoais. No entanto, ainda permite as isenções religiosas. Todos os estados permitem isenções por motivos médicos [The American Medical Association recently expressed support for tighter limitations on immunization opt outs].
Publicaram una crónica sobre as raízes do movimento antivacina (Consumer Health Digest #15-28 - 19 julho 2015) The Atlantic publicou um interessante artigo sobre a luta à vacinação obrigatória contra a varíola que começou durante o século 19 e ainda tem paralelos hoje. [Earl E. The Victorian anti-vaccination movement. The Atlantic, July 15, 2015].
La FDA publicou um novo guia sobre as vacinas (Consumer Health Digest #15-33 - 23 agosto 2015) A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) publicou um guia à vacinação infantil (em espanhol) tratando de benefícios e riscos, tipos de vacinas, passos a dar quando se vacina uma criança, fatos essenciais sobre as vacinas rotineiramente administradas e perguntas mais frequentes.
Grupo de defesa da vacinação expande sua alcance (Consumer Health Digest #15-50 - 20 dezembro 2015) Na previsão de seu 25mo aniversário, ECBT (Every Child By Two, isto é: "Cada criança menor de 2 anos") ampliou sua missão original de garantir a vacinação oportuna de todas as crianças menores de dois anos, para incluir pessoas de todas as idades. Seu site Web melhorado e suas páginas de Facebook apresentam informações cientificamente corretas sobre as vacinas necessárias em cada fase da vida, detalhes sobre o ônus das doenças evitáveis por vacinação, respostas a perguntas sobre a segurança das vacinas, histórias pessoais de famílias que foram afetadas por doenças infecciosas mortais porém evitáveis, e ligações com outras fontes confiáveis.
Foi cancelada a apresentação dum filme antivacina (Consumer Health Digest #16-11 - 27 março 2016) O Tribeca Film Festival, que tinha planejado a projeção dum filme antivacina, cancelou sua apresentação em resposta aos protestos da comunidade científica. Robert De Niro, um dos fundadores do festival, escreveu: "Minha intenção na programação deste filme era proporcionar uma oportunidade para o debate em torno duma questão que é profundamente pessoal para mim e para minha família. Mas depois de reve-lo nos últimos dias, com a equipe do Tribeca Film Festival e com outros da comunidade científica, não acreditamos que a contribua ao debate ou que promova a discussão assim como eu tinha esperado" [Goodman S. Robert De Niro pulls anti-vaccine documentary from Tribeca Film Festival. The New York Times, March 26, 2016]. O filme "Vaxxed: From Cover-Up to Catastrophe" ("Vacinados: do encubrimiento à catástrofe") foi dirigido e co-escrito por Andrew Wakefield, o médico desonrado cujo artigo, alegando uma ligação entre autismo e sarampo, foi retirado por The Lancet, e cuja licença foi revogada por violação do código de ética e por sua falha em revelar seu conflito de interesse financeiro.
Trump instado a apoiar a vacinação (Consumer Health Digest #17-07 - 12 fevereiro 2017) Lideradas pela Academia Americana de Pediatria, mais de 350 organizações nacionais e estaduais representando famílias, provedores, pesquisadores, pacientes e consumidores enviaram uma carta de 28 páginas pedindo ao presidente Donald Trump que expressasse seu apoio inequívoco à vacinação. A carta parece ser uma resposta às declarações ignorantes feitas por Trump durante a campanha presidencial e suas recentes reuniões com defensores da anti- vacinação Andrew Wakefield e Robert F. Kennedy, Jr. A carta termina assim: As alegações de que as vacinas são inseguras quando administradas de acordo com recomendações de especialistas têm sido refutadas por um corpo robusto de literatura médica, incluindo uma revisão completa pela National Academy of Medicine. ( ) Em anexo a esta carta encontra-se uma lista não exaustiva de estudos que demonstram a segurança das vacinas. Atrasar as vacinaçoes só deixa em risco de doença os cidadãos da nação, especialmente as crianças. Como nação devemos redobrar nossos esforços para fazer investimentos necessários na educação dos pacientes e da família sobre a importância das vacinas, a fim de aumentar a taxa de vacinação entre todas as populações. Simplificando: as vacinas são seguras, as vacinas são eficazes, as vacinas salvam vidas. Nossas organizações agradeceriam à oportunidade de encontrar-se com você para compartilhar a evidência científica robusta e extensa que apóia a segurança e a eficácia das vacinas.
Vasto surto de sarampo na Roménia (Consumer Health Digest #17-18 - 30 abril 2017) A Romênia está enfrentando um grande surto de sarampo que começou no ano passado. Em 21 de março foram confirmados pelo menos 3.800 casos de sarampo, incluindo 17 decessos, e as taxas nos países vizinhos aumentaram. A vacinação contra o sarampo tem eficácia de cerca de 97% na prevenção da doença. A "imunidade de grupo" (prevenção de transmissão generalizada) ocorre quando a cobertura é de 90-95%, mas quanto maior, tanto melhor. Os romenos tornaram-se suscetíveis à propagação de epidemia porque a taxa de imunização de duas doses caiu de 96% em 2007 para 86% em 2015. Os fatores que influenciam a queda são a pobreza, a negligência e a disseminação de sentimentos anti-vacinação. A Romênia é uma das seis nações da União Européia ou do Espaço Econômico Europeu que de acordo com a Organização Mundial de Saúde ainda têm transmissão endêmica de doenças preveníveis por vacinação. Os outros são Bélgica, França, Alemanha, Itália e Polónia. O Respectful Insolence Blog publica uma análise detalhada do que aconteceu na Romênia.
Ridiculizaram os mitos anti-vacinação (Consumer Health Digest #17-25 - 25 junho 2017) O comediante John Oliver desmascarou os mitos e medos comuns que incitam alguns pais a atrasar ou evitar a vacinação de seus filhos. O episódio de 26 de junho do programa TV "Last Week Tonight" pode ser visto no YouTube.
A França tem intenção de fazer obrigatórias as vacunas (Consumer Health Digest #17-29 - 2 julho 2017) O primeiro-ministro francês Edouard Philippe disse que é "inaceitável" que as crianças "ainda estejam morrendo de sarampo" no país que foi pioneiro dalgumas das primeiras vacinas. Na França são atualmente obrigatórias três vacinas infantis, para difteria, tétano e poliomielite. Oito mais, incluindo o sarampo e a tosse convulsa, serão obrigatórias em 2018. Para lutar contra o tabagismo, Philippe também anunciou que o preço do pacote de cigarros aumentará de 7 a 10 euros [Forster K. France to make vaccination mandatory from 2018 as it is 'unacceptable children are still dying of measles.' Move follows similar initiative in Italy, where non-vaccinated children cannot attend state schools The Independent, July 5, 2017].
Investigadas as ligações psicológicas à atitude anti-vacinação (Consumer Health Digest #18-19 - 13 mayo 2018) Não há provas claras de que desmascarar os mitos anti-vacinação tenha um efeito significativo nas atitudes anti-vacinação. Para descobrir por que isso acontece, pesquisadores australianos perguntaram a opinião de pessoas em 24 países em seis continentes. Com base nas respostas de 5.323 participantes, os pesquisadores descobriram que as pontuações das atitudes anti-vacinação estavam associadas a: - pensamento conspiratório - reatância (a tendência a ter baixa tolerância a invasões da sua liberdade) - nojo de sangue e agulhas - visão de mundo individualista e hierárquica em oposição à visão de mundo igualitária e comunitária. Essas relações não foram fortes entre os entrevistados em países da Ásia e da América do Sul, mas na Austrália, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA, as crenças conspiratórias representavam de 17% a 27% da variação na atitude anti-vacinação. O gênero e o nível de escolaridade não foram significativamente relacionados à atitude anti-vacinação, mas a ideologia política conservadora e a idade mais jovem foram ambas debilmente relacionadas [Hornsey MJ and others. The psychological roots of anti-vaccination attitudes: A 24-nation investigation. Health Psychology 37:307-315, 2018].
Introduziram vinte estados projetos de lei anti-vacinação (Consumer Health Digest #19-08 - 10 março 2019) Pelo menos vinte estados (dos Estados Unidos N.d.T.) introduziram projetos de lei este ano que, de acordo com a American Academy of Pediatrics, poderiam (a) ampliar as razões pelas quais os pais podem isentar as crianças de vacinase, mesmo que não haja necessidade médica e (b) requerer que os médicos fornecerem mais informações sobre os riscos das vacinas [Lou M. Griggs B. Even with measles outbreaks across the US, at least 20 states have proposed anti-vaccination bills. CNN. Mar 6, 2019]. Esses equivocados esforços legislativos coincidem com relatos de 206 casos individuais de sarampo confirmados em onze estados durante os dois primeiros meses de 2019. A maioria desses casos afetava pessoas não vacinadas [Measles cases and outbreaks. CDC. Mar 4, 2019]. A vacina antissarampo, parotidite e rubéola (MMR - measles, mumps, and rubella) é muito segura. Graças a um programa de vacinação altamente eficaz nos Estados Unidos e ao melhor controle do sarampo na região das Américas, o sarampo tinha sido declarado eliminado dos Estados Unidos em 2000.
Não foram encontradas respostas de anticorpos para vacinas homeopáticas (Consumer Health Digest #19-13 - 31 março 2019) Um estudo cuidadosamente controlado em uma amostra de 150 estudantes universitários encontrou: - os nosódios homeopáticos promovidos para prevenção de difteria, coqueluche, tétano, caxumba e sarampo não suscitaram respostas de anticorpos. - suas respostas de anticorpos foram semelhantes ao placebo. - as vacinas padrão para as mesmas doenças forneceram uma resposta de anticorpos robusta na maioria dos vacinados. [Loeb M. et al. A randomized, blinded, placebo-controlled trial comparing antibody responses to homeopathic and conventional vaccines in university students. Vaccine. 36(48):7423-7429, 2018]. Os nosódios são produtos homeopáticos feitos de órgãos ou tecidos patológicos; agentes etiológicos tais como bactérias, fungos, ovos, parasitas, partulas virais e levedura; produtos das doenças; ou excreções. Alguns homeopatas alegam falsamente que os nosódios são tão eficazes quanto as vacinas. Health Canada foi recentemente criticado por continuar autorizando os nosódios homeopáticos apenas alertando o público que eles não são um substituto para as vacinas [Ireland N. Stronger action urged against homeopathic products touted as alternatives to vaccines. CBC News. Mar 18, 2019].
Nova York elimina isenções religiosas para vacinas obrigatórias (Consumer Health Digest #19-25 - 23 junho 2019) Nova York tornou-se o sexto estado dos EUA, além de Califórnia, Arizona, Virgínia Ocidental, Mississippi e Maine, em eliminar as isenções por motivos religiosos para vacinas obrigatórias para crianças [McKinley J. Measles outbreak: N.Y. eliminates religious exemptions for vaccinations. The New York Times. Jun 13, 2019]. Entre os oponentes de acabar com isenções religiosas acham-se muitos pais judeus ortodoxos e pais de crianças que freqüentam escolas Waldorf, apesar dos recentes surtos de doenças evitáveis por vacinação nas comunidades judaicas ortodoxas em Brooklyn e no condado de Rockland e em algumas escolas Waldorf..
Ofereceram recomendações para enfrentar a propaganda anti-vacinação (Consumer Health Digest #19-47 - 30 novembro 2019) O comunicador científico Lucky Tran acredita que muitos ativistas anti-vacinação estão engajados no "mangueira de fogo" uma técnica de propaganda que envolve a promoção de tantas mentiras quanto possível com a máxima frequência possível [Tran L. Firehosing: the systemic strategy that anti-vaxxers are using to spread misinformation. The Guardian, Nov 7, 2019]. O termo é baseado numa antecedente descrição do modelo de propaganda das autoridades russas definido "firehose of falsehood" ("mangueira de fogo de mentiras") [Paul C. Matthews M. The Russian "firehose of falsehood" propaganda model. Rand Corporation, 2016]. O objetivo das mentiras não é persuadir, mas roubar os factos de seu poder. Os pesquisadores da Rand Corporation concluíram que sublinhar as falsidades e as contradições das mensagens provavelmente não é eficaz contra o firehosing. Em vez disso, é melhor: (a) alertar o público sobre os métodos que os propagandistas usam para manipular a opinião pública e (b) interromper o fluxo de desinformação pressionando a mídia para bloquear ou remover os conteúdos falsos. O Dr. Steven Novella deu ulteriores sugestões: [Também] precisamos controlar o local, o que significa que o ecossistema de informações precisa considerar o firehosing como uma qualquer prepotência e tomar medidas para evitá-lo. Jornalistas e editores são provavelmente a primeira linha de defesa nesse caso. Eles precisam entender essa estratégia para não serem explorados para promovê-la. Eles devem fechar a porta e não dar a atenção que ele procura. Não caiam na falácia do "falso equilíbrio", que é usado para abrir ao firehosing. Não se distraiam com a montanha de informações, o que não significa que não se verifiquem os fatos e não corrijam a desinformação. Em vez disso, não verifiquem apenas os fatos, tentem automatizar a verificação dos fatos, tanto quanto possível, para que fique disponível como referência, mas não desperdicem suas manchetes e seu espaço para notícias jogando o jogo do firehosing. Isso é o que eles querem. [Novella S. How to combat firehosing. Neurologica blog, Nov 8, 2019].
Testes genéticos para prever reações adversas à vacina foram desmascarados (Consumer Health Digest #20-15 - 19 abril 2020) Muitos médicos não convencionais Muitos praticantes pouco habituais estão alegando que o teste de variantes do gene MTHFR pode determinar quem está em maior risco de vários problemas de saúde, incluindo reações adversas a vacinas. De qualquer forma, esses usos não são validados para o teste MTHFR [Zhang S. Why anti-vax doctors are ordering 23andMe tests. The Atlantic. May 23, 2019]. Quatro dos autores do artigo de 2008 que foram citados como base para a difusão do teste MTHFR concluíram no ano passado: "É lamentável que a aplicação imprecisa de nosso relatório exploratório tenha sido mal interpretada e usada para justificar inadequadamente a isenção de crianças de receber vacinas medicamente indicadas" [Reif DM and others. Inappropriate citation of vaccine article. Journal of Infectious Diseases. June 3, 2019].
A vacinação está perdendo terreno nas mídias sociais (Consumer Health Digest #20-19 - 17 maio 2020) Uma análise em nível de sistema das mensagens relacionadas à vacinação de quase 100 milhões de usuários do Facebook descobriu que as páginas anti-vacinação: - têm menos seguidores do que as páginas pró-vacinação - são mais numerosas que as páginas pró-vacinação - as páginas do Facebook cuja posição sobre a vacinação é indecisa tendem a fazer ligação com elas com mais frequência do que com as páginas pró-vacinação - tendem a mesclar tópicos como preocupações com segurança, teorias da conspiração, saúde e medicina alternativas e a causa e curas da COVID-19 - cresceu em rede mais do que páginas pró-vacinação durante o surto de sarampo de 2019. As simulações em computador dos pesquisadores sugerem que a oposição às vacinas dominará a rede de opiniões sobre vacinas dentro de dez anos, a menos que a comunidade científica se torne mais eficaz [Johnson and others. The online competition between pro- and anti-vaccination views. Nature. May 13, 2020]. Verosimilmente as mensagens de saúde pública têm que fazer um trabalho melhor competindo com os apelos ao coração e desinformação sobre uma potencial vacina COVID-19 que é comum em mensagens anti-vacinação [Ball P. Anti-vaccine movement could undermine efforts to end coronavirus pandemic, researchers warn. Nature. May 13, 2020]. O Dr. Stephen Barrett concorda, mas afirma que a mídia social pode e deve decidir não permanecer um canal para desinformação prejudicial à saúde [Barrett S. Facebook should do more to combat vaccine misinformation. Quackwatch, May 18, 2020].
Mais evidências ligam a recusa da vacina a surtos de sarampo (Consumer Health Digest #20-37 - 20 setembro 2020) Uma resenha recente descobriu que em surtos de sarampo durante os últimos cinco anos, pelo menos 70% dos indivíduos infectados não haviam sido vacinados. Sete artigos publicados de 30 de novembro de 2015 a 1º de junho de 2020 cobriram 8 surtos de sarampo que incluíram 1.176 pessoas com sarampo, das quais 125 (10,6%) haviam recebido vacina contra sarampo, 888 (75,5%) não tinham histórico de vacinação, e 163 (13,9%) tinham estado de vacinação desconhecido [Phadke VK and others. Vaccine refusal and measles outbreaks in the US. JAMA, Aug 14, 2020]. Os dados da vigilância estadual e nacional do sarampo de 2016 a junho de 2020 indicam que de 1.392 casos de sarampo, 152 (10,9%) receberam uma vacina contendo sarampo, 989 (71,0%) não tinham histórico de vacinação contra o sarampo e 251 (18,0%) tinham estado vacinal desconhecido.
Publicaram um relatório a respeito da desinformação sobre a vacina contra a COVID-19 (Consumer Health Digest #20-48 - 7 dezembro 2020) A First Draft, uma organização dedicada a proteger as comunidades da desinformação daninha, publicou um relatório de pesquisa de 95 páginas e um resumo executivo de 23 páginas sobre as "narrações dominantes sobre as vacinas nas comunidades online das plataformas de mídias sociais em inglês, francês e espanhol que podem corroer a confiança do público numa vacina COVID-19 e nas vacinas em geral" [Under the surface: Covid-19 vaccine narratives, misinformation and data deficits on social media. First Draft press release, Nov 12, 2020]. O comunicado à imprensa afirma: As narrações questionando a segurança das vacinas têm sido protagonistas constantes no debate online sobre vacinas. No entanto, esta pesquisa mostra que as narrações relacionadas à desconfiança nas intenções das instituições e das figuras-chave no âmbito das vacinas estão promovendo agora tanto a conversa online e o ceticismo sobre as vacinas quanto as preocupações com a segurança. Esse problema é agravado pelas complexidades e vulnerabilidades desse ecossistema de informações. Há muitos "déficits de dados" - situações em que a demanda por informações sobre um tópico é alta, mas a oferta de informações confiáveis é baixa - que estão sendo explorados por malfeitores. Esses déficits de dados complicam os esforços para compreender com precisão o desenvolvimento duma vacina Covid-19 e de maneira mais geral das vacinas. Quando as pessoas não podem acessar facilmente informações confiáveis sobre vacinas e quando a desconfiança nos participantes e nas instituições relacionadas às vacinas é alta, as narrações da desinformação irrompem para preencher o vácuo. Os resultados deveriam servir de toque de alarme enquanto o mundo espera por uma vacina contra a Covid-19 e vê as taxas de vacinação de rotina caírem.
Encorajaram-se as redes sociais a bloquear os "superespalhadores" antivacinas (Consumer Health Digest #21-02 - 17 janeiro 2021) As redes antivacinas promovem uma narração principal com três mensagens falsas: (1) a COVID-19 não é perigosa; (2) As vacinas contra a COVID-19 são perigosas; e (3) os defensores das vacinas não são confiáveis. O Centro para a Luta contra o Ódio Digital (Center for Countering Digital Hate -CCDH) produziu três excelentes relatórios sobre a disseminação dessa desinformação por meio das redes sociais : A indústria antivacinas : como a Big Tech se energiza e lucra com a desinformação sobre as vacinas expõe como o consenso científico global sobre vacinas está sendo minado por uma pequena, mas determinada e sofisticada rede de indivíduos e grupos que espalham desinformação online. Falha de ação : como os gigantes da tecnologia continuam a desafiar os apelos para refrear a desinformação sobre as vacinas observa que, mesmo quando os usuários relataram desinformação às plataformas, menos de um em cada vinte comentários de desinformação foram removidas. O manual de estratégia antivacinas revela como as redes antivacinas estão sistematicamente planejando explorar a mídia social para suprimir o uso das vacinas contra a COVID-19. E conclui : Liberdade de expressão não significa liberdade de alcance. Não há justificativa para o Facebook ou outros continuarem minando as tentativas de lançar as vacinas contra a COVID-19, permitindo que as mentiras cheguem a milhões de pessoas. Os dez antivacinas com os maiores seguidores em mais plataformas constituem a maioria da audiência total de antivacinas online. Esses são os superespalhadores da desinformação antivacinas. A melhor maneira de evitar que as pessoas caiam na desinformação é evitar que elas a vejam usando uma estratégia chamada deplatforming. Os antivacinas eminentes devem ser removidos de suas plataformas. O CCDH é uma organização sem fins lucrativos que busca interromper a arquitetura de ódio e desinformação online [Barrett S. Social media urged to block antivax superspreaders. Quackwatch, Jan 15, 2021].
Revogaram a licença médica do criador do medo sobre as vacinas Ken Stoller (Consumer Health Digest #21-08 - 28 fevereiro 2021) O Conselho Médico da Califórnia (Medical Board of California) revogou a licença médica do doutor Kenneth Paul Stoller, por redigir infundadamente isenções médicas pelas vacinas escolares obrigatórias. A ordem de revogação refere-se ao caso de dez crianças que não tinham os requisitos para isenções médicas de acordo com as diretrizes do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização ou da Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics). O Conselho observou que: Stoller não era o clínico geral por nenhum deles, seus pais os trouxeram expressamente para comprar isenções médicas. Stoller não pediu o histórico médico de nenhuma criança nem consultou o clínico geral de nengum deles. O custo das isenções variou de 400 a 600 dólares por criança. Stoller estimou que havia emitido cerca de 500 dessas isenções entre 2016 e 2019, usando um protocolo semelhante para cada pedido. Stoller promoveu a falsa noção de que as vacinas causam autismo. Ele também promoveu o oxigênio hiperbárico para tratar o autismo embora faltem evidências de suporte para isso. O advogado de Stoller anunciou que pretende apelar da decisão do conselho [Reiss D. Dr. Ken Stoller medical license revoked baseless vaccine exemptions. Skeptical Raptor, Feb 21, 2021].
Os procuradores-gerais instam o Facebook e o Twitter para que removam os anti-vacinas das plataformas (Consumer Health Digest #21-16 - 25 abril 2021) Treze procuradores-gerais estaduais expressaram suas preocupações em uma carta aos diretores executivos do Facebook e Twitter sobre o uso de suas plataformas para difundir informações fraudulentas sobre vacinas contra o coronavírus. Essas falsidades, afirma a carta, estão ameaçando a saúde de nossas comunidades, retardando o progresso na proteção de nossos residentes contra o vírus e minando a recuperação econômica em nossos estados. Além disso a carta afirma: "Conforme vacinas seguras e eficazes se tornam disponíveis, o fim desta pandemia está próximo. Esse fim, entretanto, depende da ampla aceitação dessas vacinas como seguras e eficazes. Infelizmente, a desinformação disseminada por meio de suas plataformas aumentou a indecisão sobre as vacinas, o que retardará a recuperação econômica e, mais importante, acabará por causar ainda mais mortes desnecessárias. Um pequeno grupo de pessoas usa suas plataformas para minimizar os perigos da COVID-19 e disseminar desinformação sobre a segurança das vacinas. Esses indivíduos não têm especialização médica e costumam ser motivados por interesses financeiros. De acordo com um recente relatório do Center for Countering Digital Hate (Centro para o contraste contra o ódio digital), as contas chamadas antivacinas no Facebook, YouTube, Instagram e Twitter alcançam mais de 59 milhões de seguidores (...). As diretrizes atualizadas das comunidades que vocês estabeleceram para evitar a disseminação de desinformação sobre vacinas parecem ser um passo na direção correta. No entanto, é evidente que o Facebook não tomou medidas suficientes para identificar as violações e fazer cumprir essas diretrizes, removendo e rotulando a desinformação e banindo os infratores reincidentes (...). O Twitter e o Facebook ainda têm que remover de todas as suas plataformas as contas dos "antivacina" proeminentes que violaram repetidamente os termos de serviço das empresas. Grupos de pesquisa de mídia digital estimam que, em 10 de março, doze contas pessoais dos "anti-vacinas" e suas organizações, grupos e sites associados eram responsáveis por 65% do conteúdo público anti-vacina no Facebook, Instagram e Twitter (...)". Pedimos que vocês tomem medidas imediatas para fazer cumprir totalmente as diretrizes de suas empresas contra a desinformação sobre vacinas. Ao erradicar com eficácia as informações fraudulentas sobre as vacinas contra o coronavírus, você pode prevenir doenças e mortes desnecessárias e acelerar nosso caminho para a recuperação.
Destacaram o evangelho de desinformação sobre a COVID-19 da Doutura Sherri Tenpenny (Consumer Health Digest #21-37 - 19 setembro 2021) Um relatório do Religion News Service descreve como Sherri Tenpenny, uma médica osteopata de Cleveland, Ohio, apela ao nacionalismo cristão para promover a desinformação sobre o COVID-19: num testemunho em junho perante legisladores de Ohio, ela afirmou que as vacinas COVID-19 podem "magnetizar" os corpos das pessoas ou permitir que elas "interajam" com as repetidoras de telefonía celular. Tenpenny também disse: Para aqueles de vocês que se dizem cristãos, como será a revisão de sua vida no final de sua vida? O Senhor dirá a você: Você coagiu as pessoas a serem injetadas com esta tecnologia de modificação genética que irreversivelmente deteriora seus cromossomos?". Numa emissão de seu Happy Hour com a Doutora T., um estudo bíblico transmitido duas vezes por semana no Instagram Live, ela "implora a Deus que liberte os EUA da 'tirania da máscara'", afirma que a América se baseia "na sua palavra" e expressa esperança de que "voltará" a ser "um país sob Deus". Em outra emissão, ela se refere às vacinas como uma "arma biológica para prejudicar seus filhos" criada por "satanistas" que permitem que ativistas Black Lives Matter e antifa operem como uma "frente" para "conduzir pelo coração da América o socialismo, que se transforma em comunismo". Em agosto, no Bards Fest, um encontro cristão nacionalista em St. Louis, ela: (a) alegou que as vacinas não trazem nenhum benefício médico, fazem as pessoas ficarem doentes e equivalem a um pecado porque obtê-las envolve curvar-se ao medo; (b) disse: Quantas histórias na Bíblia sobre (Jesus) curar a lepra? Naquela época, a lepra, quando Jesus estava vivo, era uma doença mortal incurável. Você não acha que ele pode cuidar de você no COVID também?"; e (c) enquadrou os proponentes da vacina como descendentes assassinos do Nimrod bíblico. [Jenkins J. The gospel of Sherri Tenpenny: COVID-19 misinformation meets Christian nationalism. Religion News Service, Sept 14, 2021] .Tenpenny foi incluída entre os Doze de Desinformação identificados pelo Center for Countering Digital Hate (Centro para a Luta contra o Ódio Digital) como responsável por 65% da desinformação antivacinas em plataformas de mídia social.
Excelente documentário sobre a hesitação vacinal disponível gratuitamente (Consumer Health Digest #24-47 24 noviembre, 2024) Shot in the Arm é um documentário de 87 minutos do cineasta nomeado para os Óscares Scott Hamilton Kennedy e do produtor executivo Neil deGrasse Tyson. O documentário explora a hesitação vacinal historicamente e no contexto da pandemia de COVID-19. Inclui, como vozes da razão e da ciência, os médicos Paul Offit, Peter Hotez e Anthony Fauci, M.D., e expõe o cinismo, a falsidade e o alarmismo sobre o medo da vacina de Robert F. Kennedy, Jr., Del Bigtree, Andrew Wakefield e outros. O documentário foi inicialmente transmitido na PBS a 9 de novembro de 2024. Está agora disponível para transmissão gratuita em pbs.org e através da aplicação gratuita da PBS. Está também disponível para iPhone, Apple TV, Android TV, smartphones Android, Amazon Fire TV, Amazon Fire Tablet, Roku, Samsung Smart TV e Vizio.