Sagrado plágio
(ou seja: a religião cristã não inventou nada)

Fonte: (site de citações ateias, traduções: Andrea Gaddini)

- Há uma inscrição jeroglífica no British Museum remontando ao reinado de Sevechus, no século oitavo antes da era cristã, mostrando que a doutrina da Trindade na Unidade já fazia parte de sua religião e que … os três deuses formavam uma pessoa só. Samuel Sharp, Egyptian Mythology, (1863) p. 14.

- Quando dizemos que [Cristo] curou os coxos, os paralíticos, e os cegos de nascença, parece que dizemos coisas muito semelhantes às ações cumpridas por Esculápio. Justino Mártir, (100?-165?) Primeira Apologia, cap. XXI.

- Lendo os detalhes da vida de Buda é impossível não lembrar muitas circunstâncias em relação à vida de nosso Salvador como foram descritas pelos evangelistas. Paul Ambrose Bigandet (1813-1894) Bispo Católico Romano de Rangoon.

- A mais elaborada de todas as celebrações de Roma era aquela de Saturno, que celebrava-se no solstício de inverno, e depois estendeu-se até incluir o 25 de dezembro ... as festividades eram chamadas Saturnalia. O trabalho cessava, os negócios públicos suspendiam-se, os tribunais estavam fechados, as escolas estavam de férias. Umas mesas, postas ricamente, eram aparelhadas por toda a parte e, para a ocasião, sentavam-se lá juntos pessoas de todas as classes. O dono e o escravo naquele dia eram iguais. Era um tempo de troca de prendas e de inocente relaxamento. Nas lojas encontravam-se prendas de todo o género, dos mais simples aos mais caros. Pais, mães, parentes, amigos, apressavam-se lá para comprar, segundo o suo capricho, as coisas que pareciam-lhes mais de bom gosto e apropiadas como prendas. John Clark Ridpath, (1840-1900) History of the World, Vol. III, p. 97.

- Os romanos tiveram, como outras nações pagãs, uma festa da natureza, que chamavam Saturnalia, e os povos do norte tiveram a Yule; ambas celebravam a mudança do ano da morte do inverno à vida da primavera, o solstício de inverno. Já que esta era uma mudança propícia, a festa era muito alegre ... . Era caracterizada pela troca de prendas e pelo arder das velas. Entre os povos do norte era característica a acensão dum enorme tronco nas casas dos notáveis, com apropriadas cerimónias. A igreja romana encontrou esta festividade radicada profundamente nos costumes do povoo, e por isso sabiamente adoptou-a. Rev. Samuel M. Jackson, Universal Cyclopedia.

- O deus nasce por volta de 25 de dezembro, sem relação sexual, porque o sol, entrando no solstício de inverno, emerge no signo da Virgo, Virgem celestial. Sua mãe permanece sempre-virgem pois que os raios do sol passando através do signo zodiacal, deixam-o intato. Sua infância é cheia de perigos, já, que o Sol recém-nascido é frágil, cercado pelos nevoeiros e as brumas invernais, que ameaçam devorá-lo; sua vida é uma vida de tribulações e perigos, culminando no equinócio de primavera num esforço final com as forças das trevas. Nesse período o dia e a noite são iguais, e ambos lutam entre eles pelo predomínio. Embora a noite cubra sua urna e ele pareça morto, e embora tenha descido fora da vista, abaixo da terra, ele ressurge triunfante, e ressurge no signo do Cordeiro, e torna-se assim o Cordeiro de Deus, levando a escuridão e a morte dos meses de inverno. Desde então ele triunfa, tornando-se sempre mais forte e mais brilhante. Ascende no zénite, e lá brilha intensamente, à direita de Deus, sendo Deus ele mesmo, da mesma substância do pai. O brilho de sua glória é a fiel imagem de sua pessoa, e sustém todas as coisas com seu poder vivificante. Charles François Dupuis, (1742-1809) Origem dos cultos.

- No antigo Osirianismo, como no moderno Cristianismo, encontramos a adoração duma divina mãe e dum divino filho. No antigo Osirianismo, como no moderno Cristianismo, há uma doutrina de redenção. No antigo Osirianismo, como no moderno Cristianismo, encontramos a visão do julgamento final e da ressurreição do corpo. E finalmente, no antigo Osirianismo, como no moderno Cristianismo, as sanções da moralidade são um lago do fogo e demónios torturadores num lado, e no outro, vida eterna na presença do deus. John Stuart Glennie, Christ and Osiris, p. 14.

- Os homens morreram, e os deuses morreram. Nada permanece a não ser que sua memória. Onde está agora Osíris, que desceu à terra por amor dos homens, que foi matado pela maldade do maligno, que ressuscitou da sepultura e tornou-se juiz dos mortos? Onde está agora Ísis a mãe, com a criança Horus em seu regaço? Morreram; foram na terra das sombras. Amanhã, oh Jeová, você e seu filho estareis com eles. Winwood Reade (1838-1875).

- Já desde o segundo século antes de Cristo, os Hebreus aperceberam-se do erro e indicaram-no aos Gregos; mas a Igreja conscientemiente persistiu na falsa leitura, e por mais de quinze séculos ficou agarrada a seu erro. Salomon Reinach (1858-1932) Orpheus, p, 197.

- Seu herói [Prometeu] era seu amigo, benfeitor, criador, e salvador, que soportou as injúrias em seu lugar, e cujas penas foram aguentadas para sua salvação. Ele foi ferido pelas transgressões deles, e espancado pelas iniquidades deles; o castigo da paz deles recaiu sobre dele, e eles pelas chicotadas contra dele foram curados. A. L. Rawson, Evolution of Israel's God, p. 30.

- Jesus foi por fim colocado dentro dum contexto histórico, redesenhado como ser humano do passado (um pouco como já aconteceu a Sansão, Enoque, Jabal, Gade, Josué filho de Num, e vários outros antigos deuses dos Israelitas). Como partes deste processo, haviam várias tentativas independentes de colocar Jesus na história recente, deitando a culpa por sua morte a este ou aquele candidato provável, escolhido entre bem conhecidos tiranos incluindo Herodes Antipas, Pôncio Pilatos, e até Alexander Janeu no primeiro século antes de Cristo! Então, se a morte de Jesus foi um acontecimento histórico real bem conhecido às suas testemunhas oculares, não teria podido simplesmente ser possível de ver nascer uma tal variedade de versões, diferindo entre elas sobre passagens tão fundamentais!
     E se os primeros Cristãos tivessem realmente recordado a Paixão como uma sucessão de acontecimentos recentes, porque as primeiras narrações evangélicas da crucificação protelam a inteira concisa narração com citações ratoneadas sem dizê-lo do Salmo 22? Porque 1 Pedro
(a primeira Carta de São Pedro) não tem nada de mais detalhado que Isaías 53 para engrandecer sua narração dos sofrimentos de Jesus? Porque Mateus enriquece a versão de Marcos, não com a tradição histórica ou com a memória das testemunhas oculares, mas com outras citações, esta vez de Zacarias e da Sabedoria de Salomão?
     Por isso encontro-me atraído cada vez mais pela teoria, outrora vigorosamente debatida pelos eruditos, e agora abafada por um consentimento tácito, que não havia nenhum Jesus histórico atrás dos vitrais corados da mitologia evangélica, mas pelo contrário é uma personagem de fantasia.
Robert M. Price, "Christ a Fiction" (1997).

- Estamos todos ao corrente do facto de que nas suas legendas mitológicas os Gregos e os Romanos e as outras nações da antiguidade falam de determinadas pessoas como filhos dos deuses. Um exemplo disto é Hércules, o herói grego que é filho de Júpiter e duma mãe terrena … Na antiguidade todos os homens que cumpriam feitos mais grandes daquelas geralmente executadas pelos seres humanos, eram considerados de origem divina. Esta noção grega e pagã foi aplicada ao Novo Testamento e à concepção eclesiástica da pessoa de Jesus. Devemos recordar que no tempo em que o Cristianismo adquiriu fama, a cultura e a religião grega eram difundidas em todo o mundo, por conseguinte não é esquisito que os cristãos adquiriram dos pagãos as mais elevadas concepções religiosas que possuíram, e as transferiram a Jesus. Por isso chamaram-no filho de Deus, declarando que tinha nascido de maneira sobrenatural duma virgem. Esta é a influência grega e pagã que determinou o caráter da narração fornecida por Mateus e Lucas com respeito ao nascimento de Jesus. Rev. Heinrich Rower.

- Em geral e nos pormenores, a vida de Jesus como é representada nos Evangelhos corresponde ao arquétipo mundial do Herói Mítico em que o nascimento dum herói divino é concebido e vaticinado de maneira sobrenatural, o herói recém-nascido foge de tentativas de matá-lo, demonstra sua precoce sabedoria quando é criança, recebe um encargo divino, derrota uns demónios, merece aclamações, proclamam-o rei, depois traem-no, e perde o favor popular, executam-o, frequentemente no cume duma colina, finalmente é desculpado e elevado ao céu. Estas características encontram-se em todo o mundo nos mitos heróicos e épicos. Os mais semelhantes a presumidas biografias, como os de Hércules, Apolonio de Tiana, Padma Sambhava e Gautama Buda, correspondem a este tipo de enredo, a propósito de quem é provável que os historiadores possam concluir que uma figura histórica tenha sido transfigurada pelo mito.
     E no caso de Jesus Cristo, onde virtualmente cada detalhe da história adapta-se ao arquétipo do herói mítico, sem nada de acrescentado, sem nenhum dado biográfico "temporal", por exemplo, vem a ser arbitrário afirmar que tenha existido uma figura histórica detrás do mito.
      Em particular, as histórias da paixão dos evangelhos impressionam-me porque são completamente semelhantes aos mitos contemporâneos de salvadores que morrem e ressurgem, como Osíris, Tammuz, Baal, Átis, Adônis, Hércules e Esculápio. Como por Jesus, também destes personagens cria-se que tivessem vivido uma vida na terra, que tivessem sido matados e tivessem ressuscitado logo depois. A morte e ressurreição deles na maioria dos casos foram comemoradas ritualmente em cada primavera para anunciar o regresso à vida da vegetação. Em muitos mitos o corpo do salvador é ungido para o enterro, procurado por mulheres santas e depois reaparece vivo alguns dias mais tarde.
Robert M. Price, "Christ a Fiction" (1997).

Ligação com "A Bíblia anotada pelos céticos"
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página criada em: 27 de janeiro de 2011 e modificada pela última vez em: 13 de fevereiro de 2011