Medoro nasceu em Sgurgola (província
de Frosinone) o 10 janeiro de 1892, na casa dos seus pais em via
del Calvario. Era o terceiro dos sete filhos de Camillo
Pallone,
ferreiro de 34 anos de familia originaria da próximo aldeia
de Morolo (província de Frosinone) e de Lorenza Posta, dona de casa
da idade de 25 anos, filha do tabelião Raffaele e de Maria
Perfetti. Lorenza ficou orfã de pai a seis anos e de mãe
a oito anos, e crescera sob a tutela do seu tio don Domenico Posta,
da nobre familia sgurgolana dos condes Posta da Posta.
Camillo era socialista, levava a gravata à Lavalliére,
o seu pai Francesco morrera na prisão porqué tinha
dado um murro a um carabineiro. Camillo era ferreiro, como o seu
pai e o seu irmão Antonio; Medoro tinha também uma
irmã, Candida, que vivia com seu marido em outra aldeia
da Ciociaria (a região de Frosinone).
Os filhos de Lorenza e Camillo foram: Maria (1888), Ennio (1889), Medoro (1892), Guido (1893), Quirino
(1894), Alberto (1897) (vejam
minha página
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sobre ele) e Gustavo (1899). Todos os filhos treinaram na oficina
do pai, onde aprenderam os rudimentos do ofício, mas só
Guido se tornou ferreiro como o pai. Todos os filhos estudaram
música e tocavam na banda da aldeia; Medoro tocava clarinete.
Infância
e adolescência
O nome Medoro existe apenas em italiano e, de qualquer forma,
é bastante incomum também na Itália: é
o nome de um personagem do Orlando Furioso de Ludovico Ariosto,
posteriormente retomado em outras obras literárias e na
arte figurativa.
Medoro frequentou a escola primária em Sgurgola, tindo
como mestre um sacerdote muito culto e enérgico, quem estimulou
a sua inteligência e deu-lhe uma preparação
muito avançada, quase adequata ao nível da escola
secundária.
O sacerdote tentou convencer Medoro para que entrasse em seminário,
para continuar os estudos, pois que era inteligênte e brilhante;
tentou convencer o pai, esplicando que não tinha necessariamente
que fazer-se sacerdote, mas Camillo não deu a permissão,
por sorte dos descendentes.
Medoro a 16
anos
(em 1908) foi em Roma para tornar-se maquinista de comboios, praticando
nas oficinas Tabanelli em via Prenestina e frequentando a escola
nocturna.
Em Roma viviu na casa do seu tio Gerolamo Posta (chamado "Mommo"),
irmão da sua mãe Lorenza e, além de aprontar
a "obra-mestra", a prova prática para tornar-se
maquinista, leia e assistia à ópera lírica.
Em Roma tinha também o seu irmão mais velho Ennio, quem tive exito
em tornar-se maquinista, embora, sendo anarquista, foi banido
dos caminhos-de-ferro e teve de ganhar a vida como taxista. Outro
irmão, Quirino, foi contratado como maquinista, mas sendo
politicamente suspeito, foi continuamente transferido para trabalhar
em várias províncias de Itália.
Serviço
militar e guerra
Medoro não pôde vir a ser maquinista porqué
em 1912, à idade de vinte anos, foi constringido a partir
pelo serviço militar. Foi destinado aos granadeiros, mas
a festa de despedida antes de partir pelo serviço militar
fiz-o chegar ao seu destacamento com um dia de atraso e, por punição,
foi destinado ao 1ro regimento da
artilharia
pesada de campanha,
em Alessandria e depois em Casale Monferrato (província
de Alessandria), e isto provavelemente salvou-lhe a vida, pois
que na iminente guerra mundial os granadeiros tiveram muitas mais
vítimas que a artilharia. De Casale Monferrato Medoro lembrava
recuerdaba o grande frio quando estava de guarda.
Quando
Medoro estava quase completando os três anos do serviço
militar obrigatório, estoirou a primeira guerra mundial
e foi destinado à frente, onde chegou com o posto de sargento.
Medoro combateu no planalto de Asiago (entre outros lugares em
Luserna), perto do rio Piave, nos contrafortes do Montello, em
Vittorio Veneto, participou à tomada de Gorizia e à derrota
de Caporetto: ele descrivia esta batalha como uma traição
dos generais.
Como podemos ler no seu estado de serviço militar, ele obtive um
encômio solene: "mostrou louvável valor desenterrando,
junto com outros soldados, e sob o fogo intenso da artilharia
inimiga, três dos seus camaradas que tinham sido arrastados
pelas ruínas produzidas pelo estouro duma granada de 240
- Gorizia 17-5-1917 Ord. Berm. N°249 - Concedida a cruz para
o mérito de guerra, com determinação do décimo-terceiro
corpo de exército, o 2-7-1918".
Durante a guerra foi-lhe apontada uma égua muito sensivel
quem salvou-lhe a vida muitas vexes: uma vez tiveram que atravessar
um rio, mas a égua recusou ir adiante e, imediatamente
depois o lugar onde tinham que atravessar foi alcançado
por uma grande quantidade de bombas.
O pós-guerra
e o antifascismo
À fim da guerra, depois que deram-lhe licença com
o posto de alferes, voltou em Sgurgola desencorajado e traumatizado,
resolvido não ver nunca mais guerras. Começou manifestarse
o movimento fascista, e Medoro no início prestou-lhe atenção
com curiosidade, mais tarde percebiu os arbítrios dos fascistas
contra dos trabalhadores e opositores, e começou associar-se
com os antifascistas de Sgurgola quem viviam em Roma (entre os
outros os irmãos Pompi), e tornou-se antifascista.
As difíceis
condições após a Primeira Guerra Mundial
e o exemplo da Revolução Soviética de 1917
criaram um movimento político de revolta, liderado por
comunistas, socialistas e anarquistas, que realizaram ocupações
de fábricas e terras, principalmente de grandes latifundiários,
incluindo a Igreja católica.
O historiador inglês Eric J. Hobsbawm escreveu sobre o movimento
de ocupação de terras em 1919 : « Assim,
o movimento do Lácio desencadeou uma onda de invasões
de terra em escala nacional em 1919, alegando "defender a
terra sobre a qual eles [os camponeses] reivindicaram direitos
legais contra os usurpadores "».
O diario do Vaticano, L'Osservatore Romano, citado por Del Carria,
escreveu : « Caravanas improvisadas de camponeses, de
gente das aldeias da província iam de madrugada, com música
e bandeiras, aos latifúndios do território e sem
demora decretavam a sua ocupação, com a afixação
de sinais determinando os limites dos terrenos ocupados ».
Em 1920 os socialistas conquistaram 30 administrações
municipais na província de Frosinone, incluindo Sgurgola,
e em 1923 a seção do PSI de Sgurgola passou em bloco
para o Partido Comunista da Itália. No mesmo ano, Medoro
foi nomeado correspondente de Sgurgola do jornal romano "Il
Mondo", fundado por Giovanni Amendola e fechado pelos fascistas
em 1926. Um relatório de 1927 da Prefeitura de Frosinone
mostra que «na época do assassinato de Matteotti
(NdA: 1924), ele escreveu alguns artigos no jornal "
Il Paese "». Em 6 de abril de 1924, o Partido Comunista
da Itália atingiu 20% nas eleições.
Depois abriu uma loja de géneros alimenticios na avenida
principal de Sgurgola, e, em 29 de janeiro de 1925, casou-se com
Adele, também conhecida como Adelina, de dezenove anos,
filhas de pequenos proprietários de terras da aldeia. O
casal andou viver numa casa possuída pelos avós
Pallone na praza do Muraglione (nomeada "piazza del Arringo").
Medoro reestruturou a casa e adicionou um andar. O casal gerou
quatro filhas: Maria Gabriella, Vezia, Ena e, diversos anos mais
tarde, Maria Raffaella.
Por a sua participação ao movimento comunista Medoro
foi "destituido do posto de alferes para as suas manifestações
públicas de opiniões subversivas, propaganda ou
intrigas e participação direta ou indireta a associações
ou manifestações hostis às instituições
fundamentais do estado, com Decreto Real do 27 de novembro de
1925" como pode-se ler no seu estado de
serviço militar.
Medoro mostrou com clareza a sua escolha antifascista quando recusou
votar o "plebiscito" de 1929, eleições
com apenas uma lista, recusando também votar papeleta branca.
Medoro sempre tentava evitar todos conflitos com os fascistas,
mas um dia um desfile fascista pasou na avenida principal, e surprendeu-o
diante da sua loja com o seu chapéu na cabeça; quando
um fascista ordenou-lhe: "tire-se o chapéu",
Medoro ficou de braços cruzados e não tirou o chapéu;
o fascista não ousou atacá-lo.
A atividade
de criador
Logo Medoro foi forçado a fechar a loja porque, sendo antifascista,
foi sobrecarregado com impostos; além disso ele não
pôde fazer outros trabalhos porqué não era
membro do partido fascista; então começou dedicar-se
à apicultura racional, atualizando-se
com os livros mais recentes sobre o argumento e comprando os melhores
equipamentos modernos (por exemplo encomendou a uma firma de Turim
as colmeias Dadant-Blatt).
A sua actividade foi considerada com cepticismo pelos aldeões,
quem praticaram uma apicultura primitiva, baseada na destruição
das colmeias em cada vez que tiravam o mel do cortiço e
quem pensávam que não se podia ganhar dinheiro com
a "merda das vespas".
As colmeias
de Medoro foram colocadas no vale do rio Sacco, em Villa
Magna,
perto das ruínas de uma vila imperial romana, e em outras
aldeias da região, por exemplo em Anagni, perto da estação,
e em Isola Liri. Ele criou também abelhas rainhas na horta
da casa dos seus pais, em via del Calvario em Sgurgola, onde plantou
ervas oficinais e árvores frutíferas numa aléia,
para abastecer as abelhas de pólen.
Medoro comprou um carro e, associado com o seu primo Elia, percorria
a província para examinar as suas colmeias (para controlar
o estado dos cortiços, fornecer a alimentação
suplementar e tirar o mel do cortiço). Medoro vendia o
mel às firmas Tassi e Ambrosia. Nos anos melhores produziu
até 3000 quilos de mel, com bons ganhos, que os fascistas
atribuíram ao "ouro russo".
Medoro criava também frangos de carne e galinhas poedeiras
no seu campo aos Capuani, debaixo de via del Calvario, sempre
com métodos racionais da criação, e com equipamentos
modernos, como a incubadora; no mesmo campo também criava
porcos, da raza Perugina, e a carne deles era elaborada por Adele
para fazer chouriços e salsichas.
As persecuções
e o confinamento
Por sus actividades e ideas antifascistas Medoro foi periòdicamente
prendido com pretextos na ocasião de solenidade públicas
ou quando o rei ou Mussolini passávam em redor; encerrávam-o
geralmente em cela nas estações dos carabineiros
de Sgurgola ou Anagni, Frosinone, Piglio e Acuto, junto com prisioneiros
comuns, em condições higiénicas terríveis,
e entre parasitas.
Por exemplo, na ocasião do casamento entre o príncipe
Humberto de Sabóia (o futuro rei Humberto II) e a princesa
Maria José da Bélgica, Medoro "sendo incluído
na lista de pessoas perigosas em linha política que prender
em certas circunstâncias" (vejam a versão
de 1932
da lista) foi preso em 28 de dezembro de 1929 no quadro
das medidas na ocasião do Augusto Casamento" e
foi soltado em 11 de janeiro de 1930.
Geralmente liberavan-o depois de dois ou três dias, mas
sempre teve que estar no alerta; a miúdo encerrávam-o
também na prisão de Roma, Regina Coeli, onde os
muitos prisioneiros comunistas deram lições de politica
e de doutrina comunista, e onde Medoro conheceu muitos líderes
do Partido Comunista da Itália (PCd'I). Na prisão
de Roma as condições de detenção para
Medoro eram um pouco melhores do que nas cadeias de província,
os presos políticos ficavam juntos e os carcereiros os
respeitaram, mesmo se contudo Medoro não gostava deles.
A polícia fascista reconhecia que Medoro "Não
é viciado em drogas, mulheres, jogo, deboche, et cetera"
e que "ele não sofre de doenças físicas
e mentais".
A actividade politica de Medoro foi centrada na tentativa de reconstituir
o Partido Comunista, e por este objetivo ele encontrava-se com
muitas personas; um dia um deles, um homem de Sgurgola que habitava
em Roma, atraiçoou Medoro acusando-o, além de atividades
subversivas, mesmo de planear um atentado dinamiteiro à
fábrica de bombas BPD (Bombrini Parodi Delfino) em Colleferro
(província de Roma); a delação conduziu trinta
pessoas de Sgurgola na cadeia.
Medoro foi processado por um tribunal de justiça especial,
e durante o julgamento o alcagüete retratou a acusação,
assim que os fascistas castigaram-o batendo-lhe as plantas dos
pés com saquinhos cheios de areia, para não deixar
traças. Apesar da abjuração do espião,
Medoro em 19 de fevereiro de 1938 foi o mesmo condenado a um ano de deterro
em San Nicola, uma ilha do arquipélago das Tremiti, em
frente do litoral da Apúlia, onde encontrou muitos outros
antifascistas confinados; apenas desembarcou todos sabían
ya tudo sobre ele e, conhecendo as suas habilidades, fizeram-lhe
diretor da mesa.
Em San Nicola os internados dormiram em um dormitório,
bebiam água descarregada de um navio-cisterna, e tinham
uma pequena subvenção diária (nomeada "mazzetta")
para comprar alimentos e cigarros; na ilha era impossivel procurarse
verduras e a carne que chegava era de qualidad muito baixa, conseqüentemente
Medoro, para variar a alimentação e poupar dinheiro,
começou comprar peixes dos pescadores islenhos, principalmente
dentões, que passaram em bancos muito numerosos perto da
beira.
Medoro e a seu irmão Guido (iam para a cadeia sempre juntos)
foram permitidos voltar à casa do desterro por poucos dias,
porqué o seu pai Camillo tinha sido atingido por um derrame
cerebral. Enquanto chegaram em Sgurgola, muito emagrecidos e bronzeados
pelo sol, foram conduzidos pelos carabineiros através da
aldeia, com um séquito de meninos, alegres pela novidade.
Os dois irmãos tiveram que durmir juntos, na casa dos sogros
de Medoro, a familia Corsi, e uma escolta de dois carabineiros
durmia no quarto seguinte. Durante o dia poderiam ir à
casa dos seus pais, em via del Calvario, seguidos sempre pelos
carabineiros, e poderiam encontrar os seus parentes.
Os sogros de Medoro, Giuseppe e Domenica Corsi (apesar de ter
o mesmo sobrenome não foram relacionados: o apelido Corsi
ainda é muito comum em Sgurgola), embora não sendo
abertamente anti-fascistas, não gostaram de submeter-se
às intimidações fascistas: quando tentaram
forçar Giuseppe a entregar "pela patria" o gradeado
de ferro
em frente da sua casa (na atual via Amendola) para reutilizar
o ferro para fins militares, o homem respondeu com uma veemente
negação.
Os pais de Medoro viveram em via del Calvario até a sua
morte. Camillo morreu em 1941, e até a idade de oitenta
(mais ou menos o mesmo período em que seus filhos foram
confinados) ele trabalhou na sua oficina de ferreiro, delante
da sua casa (hoje o número 19 de via del Calvario), mais
depois Medoro convenceu-o parar (Medoro chamaba o seu pai "tata",
com uma velha expressão, antes da adoção
da palavra "papà"). No fim da licença
Medoro e Guido voltaron de novo às Tremiti, e então,
quando expiaram a condenação, voltaron de novo a
Sgurgola. Depois da sua volta Medoro era sob vigilância
especial, e por isso não podia encontrar mais de dois pessoas,
mas a maioria da gente de Sgurgola evitou mesmo de sauda-lo, mesmo
se depois enviaram-lhe alguém dizer de desculpar-os por
esto, justificando-se com o medo de represálias para si
mesmos e os seus filhos.
Mesmo as suas cartas foram abertas e lidas e, quando escrevia
a seu irmão Gustavo nos Estados Unidos, ele utilizava um
idioma em código, evitando citar os verdadeiros nomes das
pessoas, definindo-as em vez como "o filho de...", seguido
pela alcunha (em dialeto) do pai ou da mãe.
Medoro tive que suportar buscas continuas dos carabineiros, quem
não tinham exito em reconhecer os livros subversivos quem
possuiu, e em vez seqüestravam livros inócuos ou ainda
críticos contra o comunismo, como um livro sobre as cadeias
soviéticas.
Os polícias, na ocasião dos controles e buscas,
tinham geralmente um comportamento polido. Apesar disto, um dia
o alferes da estação dos carabineiros de Sgurgola,
depois de interrogar Medoro, e tendo recebido respostas sarcásticas,
definiu no seu informe o comportamento de Medoro como "cínico
e repugnante", o que lembra muito o comportamento
altivo e desdenhoso, termos utilizados por um autarca
para definir o comportamento de Sandro Pertini perante o tribunal
especial do fascismo.
Um día um carabineiro acariciou a sua filha Vezia, e a
menina reagiu dizendo: "tu, com o teu chapéu nojento,
encarceraste o meu pai" (o carabineiro levava o classico
chapéu triangular).
Segunda
Guerra Mundial
O 10 de junho de 1940 a Itália entrou em guerra ao lado
da Alemanha nazista, e contra Reino Unido e França; Medoro
compreendeu que esto teria sido a fim de Mussolini, pois que agredir
al Reino Unido habría antes o después implicado
os Estados Unidos, com sua enorme potência militar.
Durante a segunda guerra mundial Medoro ficou em Sgurgola e não
foi mais parado, mesmo se correu um grande risco quando um fascista
de Sgurgola foi à bateria antiaérea alemã
instalada perto da estação de Sgurgola, e entregou
ao oficial da Wermacht quem a mandava a lista dos antifascistas
de Sgurgola, naquele o nome de Medoro estava no primeiro lugar,
mas o oficial rasgou-lhe a lista na su cara.
Um dia ele foi em Roma com a sua filha Gabriella para comprar-lhe
um relógio como presente para o seu exame pelo diploma
de instrutora; aquila tarde ceiaram num restaurante em via dello
Scalo di San Lorenzo, com alguns companheiros comunistas como
Aurelio Caratelli (já exilado em França) e Guido
Pompi. Após de um ou dois dias, o 18 de julho 1943, o bairrio
foi destruído pelo o famoso bombardeamento de San Lorenzo.
No bairrio tinham as casas dos ferroviários, e entre eles
tinha muita gente de Sgurgola.
Sgurgola no foi envolvida diretamente em nenhum bombardeamento,
mas os seus habitantes viram e ouviram as canhonadas da artilharía
passar sobre as suas cabeças, viram os bombardeiros aliados
passar, e vieron os aviões de caça precipitar-se
(e participaram em salvar os pilotos aliados).
Além disso os alemães fizeram repetidas buscas para
capturar homens adequados para o trabalho para enviar-os excavar
trincheiras em Cassino, mas Medoro e os seus parentes (os seus
irmãos Alberto e Ennio e os filhos deste último,
Spartaco e Camillo) sempre tiveram exito em escapar nos campos
debaixo da aldeia e depois subendo na montanha, depois de passar
debaixo da igreja de San Giovanni. Um dia os alemães vieram
na casa para uma busca e na casa acharon somente Gabriella, que
os conduziu em todos quartos da casa; os soldados encontraram
as camas desfeitas e pediram onde estivessem os homens, e quando
ela respondeu que estavam no campo trabalhando, o chefe do pelotão
comentou: "Italianos nichts trabalham! Só mulheres
trabalham". Medoro entretanto observava com ansiedade
a cena da montanha.
A gente de Sgurgola escondeu muitos soldados aliados, incluindo
alguns pilotos abatidos, dos Estados Unidos, Reino Unido, África
do Sul, França e até dois russos, hospedados para
almoçar na casa de Medoro Pallone, com sérias dificuldades
de comunicação. Os soldados eram acolhidos no campo
ou na montanha, por exemplo, por pastores. Um francês foi
hospedado por um pastor que era ex-colega de escola de Gabriella,
que pôde falar com ele em francês. Este último
como viu as cioce (típicos sapatos de couro) do pastor,
os chamou de "pantoufles".
A Resistenza
antifascista
Finalmente Sgurgola foi livrada pelas tropas marroquinas e francesas
provindo de Morolo; na aldeia ninguém conhecia os estupros
e as outras violencias feitas pelos marroquinos no sul da Ciociaria,
e as maneiras ásperas usadas pelos oficiais franceses para
tratar-os foram julgadas como manifestações do peor
colonialismo.
O segundo
após-guerra
Em todo o caso as tropas libertadoras destruíram as colmeias
de Medoro, de modo que ele ficou sem meios de subsistência,
e somente depois de muitos anos ele pôde receber uma quantia
risível como compensação dos danos de guerra,
mesmo se tinha tentado em toda a maneira afirmar seus próprios
direitos.
Perdendo a única fonte de subsistência, a familia
tentou arranjar-se bem como podia, por exemplo produzindo pão
para vender-o no varejo, e Adele também trabalhava como
cozinheira. A sua filha Ena foi forçada a abandonar os
estudos universitários na faculdade de arquitetura, enquanto
Gabriella pôde obter o diploma de assistente social somente
graças a uma bolsa de estudo.
Depois da fim da guerra muitos antifascistas de Sgurgola planeavam
vingar-se dos fascistas pelas perseguição sofridas
durante a ditadura fascista, mais Medoro tive exito em conter-os,
argumentando: "nós não somos como eles"
e observando que de qualquer maneira eles não tinham matado
nenhum antifascista.
Em 3 de dezembro de 1944, na sede da administração
provincial em Frosinone, foi realizada a primeira conferência
de organização da federação do Partido
Comunista Italiano da província. 62 delegados de 25 seções
estiveram presentes e Medoro sentou na presidência junto
com Enrico Berlinguer. Medoro prestou relatório como membro
do conselho federal e responsável pelo trabalho entre os
camponeses em apoio às lutas pela ocupação
das terras em Sgurgola.
Medoro foi elegido deputado provincial, a sé da província
era provisoriamente Fiuggi, porqué Frosinone era destruida.
Além disso ele engajou-se nos gremios dos camponeses, como
Federterra, e Alleanza Contadina
e, como reconhecimento pelo seu engajamento, um canal de drenagem
em Isola Liri foi dedicado a ele. Medoro era também activo
na federação de Frosinone do Partido Comunista.
Medoro era um orador ardente e persuasivo, e era também
muito activo em fazer reuniões políticas na província.
Os líderes do Partido Comunista decidiram apresentar-o
como candidato pela câmara de deputados, mas após
ter comunicado esta decisão, mudaram de opinião
e a candidatura esvaiu-se. Medoro continuou até a sua morte
afiliandose ao Partido
Comunista.
e à ANPPIA, Associação
Nacional Antifascistas Vítimas de Perseguição
Política.
Sendo ateu Medoro não fiz batizar as suas filhas e elas,
quando cresceram, fizeram-o em segredo, de sua própria
iniciativa ou sob a pressão e o comparecimento dos parentes.
Os da familia não celebraram nenhuma solenidade religiosa,
e riram dos estranhos hábitos das beateiras da aldeia.
Depois da guerra, em consequência da muerte de Camillo,
ocorrida em 1941, os irmãos Pallone dividiram-se a herança
do seu pai, e a casa ao Muraglione foi atribuída a Gustavo,
o irmão emigrado em América, que a exijiu custe
o que custar e, apenas obtive-a, vendeu-a a uma mulher de Sgurgola
emigrada nos Estados Unidos, quem desejava voltar em su terra
natal.
Pois que ficara sem casa, Medoro foi forçado adaptar a
oficina de ferreiro do seu pai, onde viveu até a sua morte.
O seu pai Camillo fumava apenas um ou dois charutos al dia, enquanto
Medoro era um fumador inveterado de cigarros sem filtro; um dia,
com uma ponta de cigarro mal apagada, pegou fogo numa cabana de
palha construida num campo que sua esposa tinha herdado na Cesa,
perto da vezinha aldeia de Morolo.
La morte
Fumar provocou a Medoro um tumor do pulmão; o 13 de outubro
de 1966, à idade de 74 anos, teve uma crise, a sua filha
Gabriella apressou-se em Sgurgola desde Roma e encarregou-se de
chamar uma ambulância para hospitalizá-lo em Roma,
na ausência do médico da aldeia. Durante a viagem
em ambulância, sempre sem o doutor a bordo, Medoro teve
uma crise respiratória, assim que a ambulância tentou
alcançar pelo menos o hospital mais perto de Colleferro, mas Medoro chegou
alí sem vida. Dois dias mais tarde foi enterrado no cemitério
de Sgurgola (vejam a notícia em l'Unità). A célula
de Sgurgola do Partido Comunista, rebatizada então unidade
de base dos Democratas de Esquerda e agora Círculo do Partido
Democrático, foi dedicada a ele.
No dia 25 de abril de 2014 em Sgurgola, organizado pelo Círculo
do Partido Democrático, como parte das comemorações
do 70º aniversário da libertação da
província de Frosinone do nazi-fascismo, Medoro Pallone
foi lembrado na Piazza dell'Arringo,
em frente ao Círculo, e sob as janelas da casa onde morou
a maior parte de sua vida. Sua filha Gabriella relembrou
Medoro,
contando alguns episódios de sua vida.
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