Médicos
britânicos chamaram a homeopatia "feitiçaria"
(#10-21, 27
de maio de 2010)
Os médicos que tomaram parte ao congresso anual dos jovens
médicos da British Medical Association (BMA) votaram quase
por unanimidade uma moção declarando, "Dada
a completa falta de provas científicas válida de
qualquer benefício: (i) a homeopatia já não
deve ser financiada pelo Serviço Nacional de Saúde;
e (ii) nenhum aprendizado no Reino Unido deve incluir postos em
homeopatia." Durante a discussão, gravada em video,
que pode-se ver no site Web de BMA, o Dr. Tom Dolphin, vice-director
do comitê de jovens médicos da BMA, provocou fragorosas
gargalhadas referindo-se à homeopatia como feitiçaria.
http://www.bma.public-i.tv/site/player/pl_compact.php?a=40131&t=&m=flash&l=en_GB#the_data_area
(vejam de 4:55:30 até 4:58:43).
Para vir a ser a posição oficial da BMA, a moção
deve ser aceitada pelo congresso plenário da BMA no próximo
mês. [Donelley L. Homeopathy is witchcraft, say doctors.
The Telegraph, May 15, 2010] http://www.telegraph.co.uk/health/alternativemedicine/7728281/Homeopathy-is-witchcraft-say-doctors.html
A BMA já anteriormente expressou cepticismo sobre a homeopatia,
afirmando que o organismo regulador, o National Institute for
Health and Clinical Excellence deveria examinar o conjunto das
provas e emitir uma regulamentação definitiva sobre
o uso de remédios homeopaticos pelo Serviço Nacional
de Saúde.
Cartas
de advertência por firmas que comercializam produtos homeopáticos.
(#10-48, 2 de
dezembro de 2010)
Em junho, a FDA (Food and Drug Administration) e a FTC (Commissão
Federal de Comércio) dos Estados Unidos conjuntamente notificaram
à Homeopathy for Health, de Moses Lake, Washington que
é ilegal comercializar produtos não aprovados "destinados
a diagnosticar, aliviar, prevenir, tratar (incluindo o tratamento
dos sintomas) ou sarar a gripe de vírus H1N1 nos seres
humanos." A carta de advertência concerne afirmações
feitas por 20 produtos homeopáticos de seis fabricantes
- Heel Inc. (BHI), NaturalCare Inc., Hyland's Homeopathic, Standard
Homeopathic Company, Boiron Borneman Inc. e Celletech / Micro-Nutrition
Plus - cada um dos quais recebeu um exemplar da carta. Os produtos
incluíram Oscillococcinum, que por muitos anos foi comercializado
para curar os sintomas de resfriados e gripes. A lista 2009 da
FDA dos produtos fraudulentos para a gripe H1N1 contém
agora 185 artigos..
Um dos
mais importantes produtores homeopáticos é objeto
duma ação popular. (#11-26, 18 de agosto de 2011)
Uma ação
popular foi promovida contra os fabricantes de Oscillococcinum,
un produto homeopático amplamente publicitado como remédio
pela gripe. A queixa afirma que o produto (a) não é
nada mais do que um comprimido de açúcar, (b) não
têm nenhum efeito na gripe e nos sintomas que acompanham-na,
e (c) não contem nenhuma molécula do seu alegado
ingrediente ativo http://www.casewatch.org/civil/boiron/oscillococcinum/complaint.shtml.
A denúncia, formulada na Califórnia contra Boiron,
Inc., Boiron USA, Inc. e Laboratories Boiron, pede à corte
de bloquear as afirmações publicitárias contestadas
e sentenciar o ressarcimento de danos pela violação
das leis da proteção ao consumidor. O "ingrediente
ativo" no Oscillococcinum prepara-se incubando por 40 dias
uma pequena quantidade de fígado e coração
dum pato recentemente abatido. A solução resultante
então filtra-se, liofiliza-se, reidrata-se, dilui-se 1/100
200 vezes (sacudindo-na entre uma diluição e outra),
e utliza-se para embeber uns grânulos de açúcar.
Se uma única molécula da substância original
poderia sobreviver à diluição, sua concentração
seria de 1 em 100 elevado à 200-ésima potência,
um número amplamente maior do que o número estimado
de moléculas no universo http://www.homeowatch.org/o.
O ano passado a FDA e a FTC conjuntamente advertiram um distribuidor
sobre o facto do que ser ilegal publicitar o Oscillococcinum "para
um pronto alívio dos sintomas da infecção
gripal." http://www.casewatch.org/fdawarning/prod/2010/homeopathy_for_health.shtml.
O Newport Trial Group (http://trialnewport.com),
que promoveu a ação judicial, está perseguindo
outra similar contra Boiron USA em conexão com sua comercialização
de Children's ColdCalm, um produto homeopático publicitado
para aliviar os espirros, o nariz pingando, a congestão
nasal, as dores da sinusite, a dor de cabeça e a dor de
garganta http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/complaint.pdf.
Em julho, um juiz da corte federal rejeitou um pedido de arquivamento
do inquérito fundamentado na hipótese que a FDA
tivesse jurisdição primária e que o tribunal
deveria remeter o caso aos poderes executivos do governo http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/dismissal_order_ruling.pdf.
Depois de observar que a FDA não exigiu que os produtos
homeopáticos foram conformes a qualquer padrão de
eficácia, o juiz sentenciou que a jurisdição
é apropriada porque a agência abdicou amplamente
de qualquer papel que pudesse ter tido na criação
destes padrões.
O Committee for Skeptical Inquiry e o Center for Inquiry solicitaram
à Walmart que acabar com comercializar o Oscillicoccinum
http://www.homeowatch.org/news/cfi.html.
Foi admitida
uma ação popular sobre a homeopatia. (#11-27, 25 de agosto de
2011)
Um juiz federal admitiu
a prossecução duma ação popular promovida
pelo Newport Trial Group contra Boiron USA http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/class_certification.pdf.
A denúncia afirma que Boiron utilizou afirmações
enganosas sobre o facto do que o Children's ColdCalm, um produto
homeopático de sua produção, aliviar os espirros,
o nariz pingando, a congestão nasal, as dores da sinusite,
a dor de cabeça e a dor de garganta http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/complaint.pdf.
Em julho o juiz rejeitou um pedido de arquivamento do inquérito
fundamentado em motivos jurisdicionais http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/dismissal_order_ruling.pdf.
Urge-se
com a FDA para que seja mais severa com a homeopatia. (#11-28, 1ro de setembro de 2011)
O Center for Inquiry and Committee for Skeptical Inquiry apresentou
três petições solicitando a FDA para que se
interesse dos variados aspectos da comercialização
de produtos homeopáticos.
**A primeira petição pede que a agência empece
a fazer regulamentos que exijam que todos os medicamentos homeopáticos
de forma legal cumpram com os mesmos padrões de eficácia
do que os medicamentos não-homeopáticos. Embora
o FDA tivesse a autoridade para exigir que os medicamentos homeopáticos
submetam-se a provas de eficácia, não fêz
isto. Esta petição também pede que a agência
requeira etiquetas de advertência nos produtos homeopáticos
a menos que mostrem ser eficazes http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition1.pdf.
**A segunda petição pede à FDA de ordenar
que Boiron etiquete em inglês o alegado ingrediente ativo
no Oscillococcinum. Este produto, um suposto remédio contra
a gripe, alega-se ser obtido diluindo repetidamente um extrato
de fígado e de coração do pato. Seja como
for, a etiqueta utiliza uma frase latina para identificar o ingrediente,
embora os regulamentos federais exijam que os produtos sejam etiquetados
em inglês http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition2.pdf.
**A terceira petição reclama do que a publicidade
da Boiron sugere falsamente que o Oscillococcinum tinha obtido
a aprovação da FDA.
Muitos produtos homeopáticos, incluindo o Oscillococcinum,
não contêm nenhuma molécula da(s) substância(s)
original(is) http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition3.pdf.
Os regulamentos da FDA impõem-lhe responder às petições
dos cidadãos dentro de 180 dias. Seja como for, uma petição
similar, apresentada em 1994 pelo Dr. Stephen Barrett e outras
41 pessoas interessadas, não recebeu nenhuma resposta http://www.quackwatch.org/01QuackeryRelatedTopics/homeopetition/homeopetition.html.
Por mais informações sobre Oscillococcinum, vejam
http://www.homeowatch.org/history/oscillo.html.
Um blog
pede-se se os farmacêuticos devem vender produtos homeopáticos.
(#11-44, 31
de dezembro de 2011)
Scott Gavura, que
opera o site Science-Based Pharmacy, é um farmacêutico
canadense que acredita que seja antiético que os farmacêuticos
vendam, promovam ou encorajem a venda ou o uso da homeopatia.
[Homeopathy: To sell or not to sell? Pharmacists weigh in,
Nov 30, 2011] http://sciencebasedpharmacy.wordpress.com/2011/11/30/homeopathy-to-sell-or-not-to-sell-pharmacists-weigh-in/
Entre os comentários afixados por outros farmacêuticos
acha-se:
**"Vender uma preparação sabendo que não
vai funcionar seria exatamente como se
o mesmo farmacêutico
for no armazém, encher um frasco com água da torneira
e vender-a ao cliente . . . . Se vocês não pensam
que há um problema ético, dêem-a de graça
ao cliente, como no fim de contas o custo para prepará-las
é perto de zero."
**"Vi o Oscillococcinium nas prateleiras de Shoppers Drug
Mart, mesmo ao lado dos 'verdadeiros' medicamentos para o resfriado
e a gripe. Não havia nenhuma indicação (tal
que um qualquer cidadão não suspeitoso puder localizá-la)
explicando uma qualquer diferença entre os comprimidos
de açúcar homeopáticos e os verdadeiros medicamentos.
Se não soubesse um pouco mais disso, eu suporia melhor
tomar um pseudomedicamento ('nenhum efeito secundário!')
e desperdiçaria meu dinheiro. Ainda pior, se meu resfriado
sarasse logo, como acontece frequentemente com os resfriados,
talvez poderia ficar convencido do que funcionou e procurar remédios
homeopáticos para doenças mais sérias no
futuro. Isto, no meu parecer, é o verdadeiro perigo na
venda de produtos homeopáticos da parte dos farmacêuticos:
é o primeiro passo em direção a rejeições
mais sérias de tratamentos médicos reais. É
um declive escorregadiço o que leva de inócuos não-remédios
para o resfriado até tratamentos de curandeiros contra
o cancro."
Uma cadeia
britânica de farmácias retirou das prateleiras as
afirmações sobre a homeopatia. (#11-44, 31 de dezembro de 2011)
Boots, uma importante
cadeia britânica de farmácias, deixou de expor informações
sobre os empregos dos produtos homeopáticos que vende.
A medida foi empreendida depois que a agência reguladora
de medicamentos e produtos sanitários (Medicines and Healthcare
products Regulatory Agency - MHRA) aceitou uma reclamação
segundo a qual a publicidade nos pontos de venda de Boots conteve
informações proibidas. Esta publicidade, encontrada
em muitas farmácias, consistia num livrinho de fichas moveis
enumerando indicações, sintomas e produtos homeopáticos.
A MHRA decidiu que os produtos não estavam autorizados
a pôr indicações porque o esquema simplificado
de regras da MHRA para os produtos homeopáticos proíbe
de declarar as indicações pelos quais podem ser
empregados. [Boots told to stop making medical claims for pills
with no active ingredient. The Nightingale Collaboration Web Site,
December 2011] http://www.nightingale-collaboration.org/news/107-boots-told-to-stop-making-medical-claims-for-pills-with-no-active-ingredient.html.
O documento com a linha proposta pela MHRA, Homeopathic medicines:
Guidance for advertising, está afixado em: http://www.homeowatch.org/reg/mhra.pdf.
As universidades
britânicas param as licenciaturas em "medicina alternativa".
(#12-05, 2 de
fevereiro de 2012)
A partir deste ano
as universidades britânicas com financiamento público
não oferecerão mais licenciaturas em medicina chinesa,
acupunctura, homeopatia, naturopatia ou reflexologia. Há
poucos anos havia 45 destas licenciaturas. O ano passado o governo
britânico pediu uma parada do financiamento público
de tratamentos homeopáticos. [UK universities drop alternative
medicine degree programs. Deutsche Welle, Jan 18, 2012] http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15673133,00.html.
Um artigo
informa sobre falecimentos relacionadas com a homeopatia. (#12-18 24 de maio de 2012)
Ian Freckelton, um
proeminente advogado australiano que edita o Journal of Law and
Medicine, escreveu um relato pormenorizado da história,
dos riscos e da condição legal atual da homeopatia
em vários países. [Freckelton I. Death by homeopathy:
Issues for Civil, criminal and coronial law and for health service
policy. Journal of Law and Medicine 19:454-478, 2012] http://boenrep.com/dl/LAW.pdf.
O artigo inclui detalhes sobre várias pessoas que morreram
porque confiaram em tratamentos homeopáticos, em vez de
que em tratamentos responsáveis. Um desses casos foi aquele
de Penelope Dingle, uma mulher australiana que faleceu em 2005
como resultado das complicações dum câncer
metastático no intestino. De acordo com o relatório
dos investigadores, a senhora Dingle em 2001 observou a presença
de sangue nas fezes, e então seu prognóstico com
tratamento padrão teria sido favorável. Mas ela
confiou no tratamento por um homeopata e por dois médicos
renegados e não procurou tratamentos médicos adequados
até que foi próxima da morte. http://www.homeowatch.org/news/dingle_finding.pdf.
O Reino
Unido toma medidas drásticas contra a publicidade dos produtos
homeopáticos.
(#12-24 14 de
julho de 2012)
A Organização
britânica dos padrões da publicidade (British Advertising
Standards Authority - ASA) anunciou ter recebido tantas queixas
sobre a publicidade de medicamentos homeopáticos que não
precisa receber mais. A ASA geralmente lida com um anunciante
de cada vez. Contudo agora avisou os anunciantes de deixar de
fazer afirmações sobre a eficácia sem "sólidas
provas" que as sustentem e estão monitorando os sites
web para averiguar se foram feitas as mudanças necessárias.
[Complaints about homeopathy websites. ASA Web site, accessed
July 1, 2012] http://www.asa.org.uk/Resource-Centre/Hot-Topics/Homeopathy-complaints.aspx
Enquanto isso, o Comitê da prática da publicidade
(Committee of Advertising Practice - CAP) - o grupo de empresários
que escreve o código britânico de publicidade, promoção
de vendas e venda direta (British Code of Advertising, Sales Promotion
and Direct Marketing) a quem os anunciantes devem aderir - publicou
uma Guia da publicidade dos serviços homeopáticos,
que previne contra o fazer afirmações não
demonstradas e observa que todos os produtos homeopáticos
devem ser registrados antes da comercialização.
http://www.homeowatch.org/reg/cap_guidance.pdf
Jornalista
foi pagado para difamar um crítico britânico da charlatanice. (#12-25 - 19 de julho de
2012)
Notícias de
imprensa indicam que os fabricantes alemães de preparações
homeopáticas pagaram a um jornalista 40.000 libras esterlinas
por ano para difamar sistematicamente as pessoas que criticavam
a homeopatia. [Lewis A. German homeopathy companies pay journalist
who smears UK academic. The Quackometer Blog, July 16, 2012]
http://www.quackometer.net/blog/2012/07/german-homeopathy-companies-pay-journalist-who-smears-uk-academic.html.
O alvo principal foi o Dr. Edzard Ernst, M.D., Ph.D., o mais importante
autor de revisões sistemáticas da literatura científica
relacionada aos métodos terapêuticos "complementares
e alternativos". Ernst respondeu no site: http://www.thetwentyfirstfloor.com/?p=4424.
Um físico
detalha porque a homeopatia é impossível. (#12-32 20 de setembro de
2012)
O físico irlandês David Grimes forneceu uma crítica
detalhada das afirmações relacionadas à homeopatia
no que diz respeito a ultradiluição, limites químicos,
"memória da água" e sinais electromagnéticos.
Ele observou:
** Muitos produtos homeopáticos são tão diluídos
que é improvável eles conter uma molécula
só de "ingrediente ativo".
** Para alcançar a diluição alegada por muitos
produtos comuns, uma única molécula do princípio
ativo requereria um recipiente maior do que o nosso sistema solar.
** Alguns produtos alegam conter uma concentração
de ingrediente ativo que não poderia ser alcançada
tampoco com uma única molécula num recipiente do
tamanho do universo. Isso é obviamente impossível.
** As afirmações de que a água possa "lembrar"
substâncias anteriormente presentes são falsas porque
estudos demostraram que se acaso esta capacidade existe, não
dura mais do que uma fração de nanossegundo.
** As afirmações de que em diluições
extremas o ADN bacteriano produza sinais eletromagnéticos
são baseadas em pesquisas mal projetadas.
** A alegação de que uma diluição
maior produza maior efeito terapêutico é o oposto
do que normalmente encontra-se na natureza.
O autor concluiu: "Os mecanismos propostos para a homeopatia
demonstraram-se implausíveis quando analisam-se a partir
de uma perspectiva física e química e, portanto,
não é surpreendente que os efeitos biológicos
da homeopatia não possam ser medidos em ensaios clínicos
de larga escala." [Grimes D. Proposed mechanisms for homeopathy
are physically impossible. FACT 17:149-154, 2012] http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.2042-7166.2012.01162.x/abstract
Agência
do governo australiano esmaga a homeopatia (#15-11 - 15 de março de 2015)
O Conselho Nacional
de Saúde e Pesquisa (National Health and Research Council)
do governo australiano produziu um relatório de 40 páginas,
que conclui, no essencial, que o tratamento homeopático
é inútil. [NHMRC
Information Paper: Evidence on the effectiveness of homeopathy
for treating health conditions. National Health and Medical
Research Council. 2015. Canberra: National Health and Medical
Research Council, March 2015]. Depois de examinar a literatura
científica, os autores declaram:
- De acordo com todas as provas consideradas, não há
nenhuma doença para a qual haja evidência confiável
do que a homeopatia seja eficaz.
- Nenhum estudo de boa qualidade, bem desenhado e com participantes
suficientes para um resultado significativo relatou que a homeopatia
causou mais melhorias de saúde do que um placebo, ou causou
melhorias de saúde iguais às de outro tratamento.
- A homeopatia não deve ser usada para o tratamento de
condições crônicas, graves ou que poderiam
tornar-se graves.
- As pessoas que escolhem a homeopatia podem colocar sua saúde
em risco se rejeitarem ou retrasarem tratamentos para os quais
há boas evidências de segurança e eficácia.
- As pessoas que estejam considerando a possibilidade de usar
a homeopatia devem acima de tudo deixar-se aconselhar por um profissional
de saúde inscrito. Aqueles que usam homeopatia deveriam
informar o seu profissional de saúde e deveriam continuar
recebendo qualquer tratamento prescrito.
Os clínicos
gerais australianos demolem a homeopatia (#15-31 - 9 de agosto de 2015)
O Royal Australian College of General Practitioners publicou uma
declaração
de posicionamento que conclui:
O RACGP suporta o uso da medicina baseada em evidências,
em que as informações atuais da pesquisa são
usadas como base para a tomada de decisões clínicas.
À luz das sólidas evidências confirmando que
a homeopatia não tem nenhum efeito além do placebo
como tratamento para várias doenças ...
1. Os médicos não devem praticar a homeopatia, indicar
seus pacientes para os homeopatas, ou recomendar produtos homeopáticos
para seus pacientes.
2. Os farmacêuticos não devem vender, recomendar
ou apoiar o uso de produtos homeopáticos.
3. As alternativas homeopáticos não devem ser utilizadas
em lugar da vacinação convencional.
4. Os seguradoras privados de saúde não devem fornecer
descontos ou suportar serviços ou produtos homeopáticos.
A declaração foi uma resposta à resenha recentemente
publicada pelo National
Health and Medical Research Council (Conselho Nacional de
Pesquisa de Saúde e Medicina), que concluiu que não
existem doenças para as quais exista evidência confiável
de que a homeopatia seja eficaz como tratamento.
Homeopatia
em declínio no Reino Unido (#16-02 - 10 janeiro 2016)
A Nightingale Collaboration descreveu como o uso de produtos e
serviços homeopáticos tem vindo a diminuir no Reino
Unido. Seu recente relatório observou:
- Dois dos cinco hospitais homeopáticos e a farmácia
homeopática dum terceiro hospital foram fechados.
- O número de prescrições para os produtos
da homeopatia tem caído de forma constante a partir de
cerca de 170.000 em 1996 até cerca de 10.000 em 2014.
- A British Advertising Authority (Autoridade Britânica
de publicidade) tomou medidas drásticas contra as reivindicações
de publicidade e a Agência reguladora pelos medicamentos
e os produtos pela assistência médica (Medicines
& Healthcare Products Regulatory Agency, MHRA) atacou a distribuição
de produtos sem licença.
A Nightingale Collaboration expressou esperança de que
a MHRA irá deter a comercialização de produtos
tendo nomes semelhantes a doenças ou a medicamentos comumente
reconhecidos. [On
a downward spiral. Nightingale Collaboration Web site, Oct
22, 2015]
Expertos
pedem a rejeição global da homeopatia (#16-07 - 21 fevereiro 2016)
No mês passado,
reuniram-se em Friburgo Alemanha, oito proeminentes cientistas
para discutir sobre como informar responsavelmente o público
e combater a desenfreada desinformação sobre a homeopatia
à qual os alemães e os outros estão regularmente
expostos. Eles fundaram o Homeopathy Information Network
e publicaram a Declaração
de Friburgo sobre a homeopatia, que define a homeopatia como
"um sistema de crenças teimosamente persistente"
e conclui:
Nossa crítica não é dirigida aos pacientes
necesitados ou aos médicos homeopatas praticantes; ao invés
é dirigida às escolas de homeopatia e às
instituições de assistência médica,
que poderiam ter reconhecido há muito tempo a natureza
absurda da homeopatia, mas optaram por não interferir.
Pedimos aos jogadores do nosso sistema de assistência médica
baseado na ciência, que finalmente rejeitem a homeopatia
e os outros métodos pseudo científicos e que retornem
ao que deve ser auto-evidente: regras cientificamente validadas,
justas e geralmente reproduzíveis, promovendo a medicina
de alta qualidade para o bem do paciente.
Esmagaram
a homeopatia (#16-16
- 1ro de maio 2016)
Jan Willem Nienhuys
publicou um relatório
detalhado acerca da tese de doutorado sobre a homeopatia defendida
em 1943 por o médico holandês David Karel de Jongh.
O relatório de De Jongh estava baseado no exame meticuloso
de centenas de artigos e livros e nas suas experiências
enquanto trabalhava num hospital homeopático. Seus pontos-chave
incluem:
- O fundador da homeopatia, o doutor Samuel Hahnemann, nunca provou
seus métodos experimentando-los sistematicamente. Sua pesquisa
consistiu numa recolha de anedotas da literatura médica,
que ele interpretou duma forma muito tendenciosa.
- Desde a época de Hahnemann, os homeopatas deram grande
valor à agitação dos remédios depois
de cada etapa de diluição. Contudo, a física
nos diz que tudo isto não faz sentido: as moléculas
num fluido colidem violentamente entre si muitos milhões
de vezes por segundo, e apenas materiais muito instáveis
como a nitroglicerina podem ressentir qualquer efeito da agitação.
- O conceito de "homeopatia constitucional" permite
aos homeopatas dar remédios diferentes para diferentes
pessoas que sofrem da mesma doença, criando a ilusão
de tratamentos individualizados.
Vendas
de produtos homeopáticos seguem em queda no Reino Unido
(#16-32 - 21
de agosto 2016)
O número de
prescrições no National Health Service (o Serviço
Nacional de Saúde britânico) expedidas nas farmácias
inglesas caiu de forma constante e é 95% mais baixo do
que seu ponto máximo há quase 20 anos. Em 2015,
havia apenas 8.894 prescrições, contra 10.238 em
2014. O custo total dessas prescrições caiu até
94.313 libras esterlinas, pela primeira vez abaixo de 100.000
libras [Homeopathy
on the NHS: at death's door. The Nightingale Collaboration,
April 26, 2016]. Nos últimos anos, os órgãos
de revisão da NHS emitiram relatórios muito desfavoráveis
e a British Advertising Authority (Autoridade Britânica
da Publicidade) proibiu
alegações de eficácia na publicidade. A homeopatia
é uma pseudociência baseada nos conceitos que (a)
uma substância que produz sintomas numa pessoa saudável
possa curar pessoas doentes com sintomas semelhantes, e (b) que
doses infinitesimais possam ser altamente potentes [Barrett
S. Homeopathy:
The ultimate fake. Quackwatch, Aug 22, 016].
Os veterinários
britânicos pedem a proibição da homeopatia
(#16-34 - 11
de setembro 2016)
Danny Chambers, un veterinário que ensina na Universidade
de Edimburgo, difundiu uma carta aberta pedindo ao Real Colégio
dos Médicos Veterinários (RCVS) a proibição
do tratamento de animais com homeopatia. Um trecho da carta diz:
Há poucas coisas mais dolorosas do que ter que lidar com
as consequências depois que o animal recebeu cuidados inadequados.
Infelizmente, muitas vezes na minha carreira levaram-me um animal
cuja doença perfeitamente tratável deixou-se deteriorar,
porque seus proprietários e veterinários estavam
convencidos de que os remédios homeopáticos teriam
podido resolver o problema. Na melhor das hipóteses, isso
leva a um sofrimento desnecessário e a uma reduzida probabilidade
de recuperação completa. No pior dos casos, tal
como no caso dum cavalo que tratei para laminite grave, não
fica nenhuma opção, senão a eutanásia.
Não há nenhuma maneira real para o proprietário
dum animal para julgar se os conselhos que recebe dum veterinário
qualificado são baseados numa sólida pesquisa ou,
como no caso da homeopatia, em convicçoes pessoais que
vão contra a evidência. O público justamente
põe a sua confiança nos médicos veterinários,
julgando que nosso conhecimento médico seja o resultado
de anos de estudo e de formação em instituições
formalmente credenciadas, e com base em sólidas pesquisas.
Si a profissão veterinária quer manter a confiança
do público, temos de garantir que os tratamentos que oferecemos
sejam, ao melhor de nossa capacidade, baseados na evidência.
É dever do RCVS, enquanto órgão regulador
dos veterinários do Reino Unido, para supervisionar as
regras éticas e clínicas da nossa profissão;
claramente, a promoção de tratamentos comprovadamente
ineficazes não é compatível com essas regras.
Mais de 1.000 médicos veterinários assinaram a carta
[Chambers D. Why
we are calling for a ban on vets offering homeopathic remedies.
The Guardian, July 8, 2016].
FDA adverte
contra o uso de produtos homeopáticos para o dentição (#16-36 - 25 de setembro
de 2016)
A Food and Drug Administration dos EUA está alertando os
consumidores que os comprimidos e géis homeopáticos
para a dentição podem representar um risco para
lactentes e crianças [FDA
warns against the use of homeopathic teething tablets and gels.
FDA news release, Sept 30, 2016]. A FDA recomenda que consumidores
parem de usar estes produtos e joguem fora todos os que possuem.
Os comprimidos e géis homeopáticos para a dentição,
distribuídos pela CVS, Hyland's, e possivelmente outros,
são vendidos em lojas de varejo e online. Em um comunicado
à imprensa, a agência afirmou:
- A agência não tem conhecimento de qualquer benefício
de saúde comprovado de produtos que na etiquetagem prometem
aliviar os sintomas da dentição em crianças.
- O consumidor deve imediatamente procurar assistência médica
se seu filho tiver convulsões, dificuldade respiratória,
letargia, sonolência excessiva, fraqueza muscular, rubor
da pele, prisão de ventre, dificuldade em urinar, ou agitação
após o uso de comprimidos ou géis homeopáticos
para a dentição.
- A FDA está analisando os eventos adversos relatados à
agência em referência aos comprimidos e géis
homeopáticos para a dentição desde 2010 quando
emitiu um alerta
de segurança e uma retirada
de comprimidos homeopáticos para a dentição.
A agência está também a testar amostras de
produtos.
A FDA está avaliando
seu quadro regulamentar para a homeopatia. O doutor Stephen Barrett
recomenda
que (a) não se permita qualquer alegação
de saúde para produtos homeopáticos a menos que
sejam aprovadas através do procedimento padrão de
aprovação de remédios da FDA e (b) que a
FDA aconselhe os consumidores a não comprar produtos homeopáticos.
A ação atual indica que tal advertência é
legalmente factível.
A FTC
emite diretrizes sobre a publicidade homeopática (#16-44 - 27 de novembro
de 2016)
A Federal Trade Commission
(Commissão Federal de Comércio) anunciou uma nova
política sobre a publicidade dos produtos homeopáticos.
A agência também divulgou seu relatório
de notação sobre seu workshop de 2015. A homeopatia,
que remonta ao século XVIII, baseia-se na noção
medicamente contestada de que os sintomas da doença possam
ser tratados por doses repetidamente diluídas de substâncias
que supostamente produzem sintomas semelhantes quando administradas
em doses maiores a pessoas saudáveis. Muitos produtos homeopáticos
são diluídos a tal ponto que já não
contêm nem uma molécula só da substância
inicial. De acordo com a declaração
de política:
- pelas afirmações sobre a eficácia e segurança
para medicamentos homeopáticos de venda livre, a FTC manterá
os mesmos padrões dos outros produtos que fazem afirmações
semelhantes. As empresas devem ter provas científicas adequadas
e confiáveis para as afirmações relacionadas
à saúde, incluindo alegações de que
um produto possa tratar problemas específicos. A declaração
também descreve o nível de provas científicas
que a Comissão exige para tais alegações.
- para a grande maioria dos fármacos homeopáticos
de venda livre, a conjetura na eficácia baseia-se unicamente
nas teorias homeopáticas tradicionais e não existem
estudos válidos, utilizando métodos científicos
actuais, mostrando a eficácia do produto. Assim, alegações
relacionadas à saúde para esses produtos são
susceptíveis de ser intrinsecamente enganosas.
- podem-sr admitir afirmações incomprovadas se a
publicidade ou a rotulagem comunicarem eficazmente que: (a) não
existem provas científicas de que o produto funcione; e
(b) as alegações são baseadas apenas nas
teorias da homeopatia de 1700 que não são aceitadas
pela maioria dos médicos especialistas modernos.
- cada uma dessas informações (a) deve se destacar
e estar em estreita proximidade com a mensagem de eficácia
do produto, (b) pode precisar de ser incorporada nessa mensagem,
e (c) não deve ser minada por afirmações
positivas adicionais ou aprovações de consumidores.
Se a "impressão líquida" dum anúncio
transmite mais provas do que um comerciante tem, estará
violando a norma da FTC.
O mercado seria mais eficiente se os rótulos e os anúncios
dos produtos enumerassem apenas os ingredientes e não incluíssem
alegações sobre a eficácia, como recomendado
pelo Dr. Stephen Barrett [Barrett S. Comments
and proposed testimony for the FTC workshop on advertising for
over-the-counter (OTC) homeopathic products. July 29, 2015].
Porém a FTC parece disposta a permitir afirmações
de eficácia acompanhadas por "suficientes" informações
negativas.
Os melhores
cientistas russos chamam homeopatia de "pseudociência
perigosa"
(#17-32 - 20
agosto 2017)
La Academia de Ciencias
de Rusia ha declarado que la homeopatía "no tiene
base científica" y pone en peligro a los que creen
que sea eficaz. Un memorándum emitido por la Comisión
de la Academia contra la Pseudociencia y la Falsificación
de la Investigación Científica concluyó que
las tentativas de verificar el éxito de los tratamientos
homeopáticos fracasan desde más de 200 años.
El informe insta a los medios de comunicación a presentar
la homeopatía como una pseudociencia a la par con la magia,
los curanderos y las prácticas psíquicas [Dearden
L. Russian Academy of Sciences says homeopathy is dangerous 'pseudoscience'
that does not work. The Independent, Feb 7, 2017].
Publicaram
o índice das cartas de advertência da FDA sobre a
homeopatia
(#17-33 - 27
agosto 2017)
Publicou a Homeowatch
um índice
de cartas de advertência enviadas pela FDA para 50 empresas
que comercializaram produtos homeopáticos com reivindicações
ilegais nos últimos 30 anos. A lista não está
completa porque algumas cartas emitidas há anos não
aparecem no site da FDA.
Os conselheiros
científicos da União Européia denunciam homeopatia
(#17-37 - 24
setembro 2017)
O Conselho Consultivo
das Academias Europeias de Ciência (EASAC), publicou uma
declaração para reforçar as críticas
nas alegações científicas e sobre a saúde
feitas para produtos homeopáticos e convida os decisores
políticos a melhorar o direito dos consumidores a uma informação
correta. A declaração observa que (a) os mecanismos
de ação reivindicados para a homeopatia são
implausíveis e inconsistentes com os conceitos científicos
estabelecidos, (b) não há doenças conhecidas
pelas quais existem evidências sólidas de que a homeopatia
seja efetiva além de um efeito placebo e (c) a promoção
de homeopatia pode levar ao atraso daninho na obtenção
de cuidados médicos eficazes e pode prejudicar a confiança
pública na natureza e no valor da evidência científica.
O Conselho recomenda:
- Deve haver requisitos regulamentares consistentes para demonstrar
a eficácia, a segurança e a qualidade de todos os
produtos para medicina humana e veterinária, com base em
evidências verificáveis e objetivas, compatíveis
com a natureza das alegações feitas.
- Sem essa evidência, um produto não deve ser aprovado
nem registrado pelas agências reguladoras nacionais para
uso como medicamento.
- Os sistemas de saúde pública baseados em evidências
não devem reembolsar produtos e práticas homeopáticas,
a menos que sejam demonstrados eficazes e seguros por testes rigorosos.
- A rotulagem dos produtos homeopáticos deve ser semelhante
à de outros produtos de saúde; isto é, deve
haver uma descrição precisa, clara e simples dos
ingredientes e suas quantidades na formulação.
- A publicidade e a comercialização de produtos
e serviços homeopáticos devem ser em conformidade
com os padrões estabelecidos de precisão e clareza.
As reivindicações promocionais de eficácia,
segurança e qualidade não devem ser feitas sem evidências
demonstráveis. [Homeopathic
products and practices: assessing the evidence and ensuring consistency
in regulating medical claims in the EU. EASAC, Sept 2017].
Revista
compara medicamentos veterinários com "alternativas"
homeopáticas
(#17-43 - 19
novembro 2017)
O periódico
da British Veterinary Association publicou dois artigos que colocam
a homeopatia numa perspectiva histórica e científica.
Embora os artigos digam respeito a práticas veterinárias,
suas conclusões são igualmente relevantes para os
medicamentos humanos. O primeiro artigo observa que "para
muitos medicamentos o mecanismo de ação está
comprovado, e para a maioria dos medicamentos sem mecanismos comprovados
de ação, existem mecanismos cientificamente plausíveis"
[Lees P and others. Comparison
of veterinary drugs and veterinary homeopathy: Part 1. Veterinary
Record, Aug 12, 2017]. Em contraste, o segundo artigo observa
que "a homeopatia ... é de cima para baixo e baseada
na fé, governada por leis arbitrárias, inventadas
pelo fundador, Hahnemann, que são imutáveis. Como
tal, a homeopatia não é apenas não científica,
é um sistema de crença verdadeiramente místico"
[Lees P and others. Comparison
of veterinary drugs and veterinary homeopathy: Part 2. Veterinary
Record, Aug 19/26, 2017].
A FDA
propõe novas regulamentações pelos produtos
homeopáticos (#17-47
- 24 dezembro 2017)
A Administração
de Alimentos e Medicamentos dos EUA propôs o que ele chama
de "diretrizes baseadas em risco" dando prioridade à
aplicação aos produtos homeopáticos com o
maior risco potencial para os pacientes [FDA
proposes new, risk-based enforcement priorities to protect consumers
from potentially harmful, unproven homeopathic drugs. FDA news
release, Dec 18, 2017]. A FDA pretende se concentrar em:
- produtos pelos quais foram referidas preocupações
de segurança
- produtos que contenham ou aleguem conter ingredientes associados
a preocupações de segurança potencialmente
significativas
- produtos para rotas de administração não
orais nem tópicas
- produtos destinados à prevenção ou ao tratamento
de doenças e problemas graves e/ou potencialmente fatais
- produtos para populações vulneráveis
- produtos que não satisfazem os padrões legalmente
obrigatórios de qualidade, potência ou pureza.
Embora os produtos homeopáticos não tenham eficácia
comprovada e sua base teórica seja insensata, uma proibição
completa não é politicamente praticável [Barrett
S. Homeopathy: The ultimate fake. Quackwatch, Aug 25, 2016].
No entanto, a FDA pode facilmente limitar a sua comercialização
a produtos de ingrediente único que cumpram estritamente
a Farmacopeia Homeopática. Nenhuma afirmação
de saúde deve ser permitida para produtos homeopáticos,
a menos que sejam aprovados através do processo padrão
de aprovação de medicamentos da FDA. As únicas
declarações que devem ser permitidas na rotulagem
ou na publicidade são o nome químico, a diluição
e o fato de que o produto é homeopático. Produtos
congruentes com a Farmacopeia ainda poderiam ser comercializados,
para que os consumidores que desejam produtos homeopáticos
ainda possam obtê-los. Mas as afirmações de
saúde não aprovadas, incluindo afirmações
implícitas nos nomes de produtos, devem ser banidas. Se
você concorda com esta sugestão, leia a explicação
completa do Dr. Barrett e publique um comentário nas
suas próprias palavras na página
de comentários da FDA.
Pôs-se
fim à despesa pública com a homeopatia na Inglaterra (#18-32 - 12 agosto 2018)
Pílulas o consultas
homeopáticos
não podem mais ser financiadas com dinheiro do Serviço
Nacional de Saúde da Inglaterra (National Health Service,
NHS). O Grupo de Despesa pública Clinica (CCG - Clinical
Commissioning Group) de Bristol, North Somerset e South Gloucestershire
tornou-se o último dos CCGs da Inglaterra a pôr fim
à despesa pública com remédios homeopáticos.
Essa ação marca o ponto culminante duma campanha
de quatro anos da Good Thinking Society para convencer o NHS England
a parar de desperdiçar dinheiro com a homeopatia [Marsh.
NHS Bristol
ends funding for homeopathy, ending all homeopathy commissioning
in England. Good Thinking site. Aug. 7, 2018].
Pede um
grupo de médicos o fim dos reembolsos para homeopatía
em França (#19-07
- 17 fevereiro 2019)
O Collège National
des Généralistes Enseignants (CNGE), representando
médicos generalistas na França, pediu para pôr
fim aos reembolsos (atualmente de 30%) do sistema nacional de
seguro de saúde da França para medicina
homeopática. A organização sustenta:
"De maneira nenhuma pode-se justificar o reembolso desses
"remédios". Nem há justificativa para
ensinar esse tipo de prática na universidade".
[French
GPs call for stop to homeopathy reimbursement. Connexion.
Jan 11, 2019]
Não
foram encontradas respostas de anticorpos para vacinas homeopáticas (#19-13 - 31 março
2019)
Um estudo cuidadosamente
controlado em uma amostra de 150 estudantes universitários
encontrou:
- os nosódios homeopáticos promovidos para prevenção
de difteria, coqueluche, tétano, caxumba e sarampo não
suscitaram respostas de anticorpos.
- suas respostas de anticorpos foram semelhantes ao placebo.
- as vacinas padrão para as mesmas doenças forneceram
uma resposta de anticorpos robusta na maioria dos vacinados.
[Loeb M. et al. A
randomized, blinded, placebo-controlled trial comparing antibody
responses to homeopathic and conventional vaccines in university
students. Vaccine. 36(48):7423-7429, 2018]. Os nosódios
são produtos homeopáticos feitos de órgãos
ou tecidos patológicos; agentes etiológicos tais
como bactérias, fungos, ovos, parasitas, partulas virais
e levedura; produtos das doenças; ou excreções.
Alguns homeopatas alegam falsamente que os nosódios são
tão eficazes quanto as vacinas. Health Canada foi recentemente
criticado por continuar autorizando os nosódios homeopáticos
apenas alertando o público que eles não são
um substituto para as vacinas [Ireland N. Stronger
action urged against homeopathic products touted as alternatives
to vaccines. CBC News. Mar 18, 2019].
Processaram
Walmart por deturpar seus produtos homeopáticos (#19-21 - 26 maio 2019)
O Center for Inquiry
(CFI) está alegando num processo
aberto no Distrito de Colúmbia que o Walmart está
cometendo uma fraude em larga escala contra o consumidor e pondo
em risco a saúde de seus consumidores por meio da comercialização
de produtos homeopáticos.
A CFI afirma que a empresa está enganando seus clientes
ao não fazer nenhuma distinção significativa
entre a medicina real e os produtos homeopáticos inúteis
em suas prateleiras e em sua loja online [Walmart
sued for fraud: Nation's largest retailer deceives and endangers
consumers with homeopathic fake medicine. CFI press release.
May 20, 2019].
Fornecem
as farmácias de Quebec isenções de responsabilidade
sobre produtos homeopáticos (#19-21 - 26 maio 2019)
A Associação
de Cadeias de Farmácias de Quebec distribuiu avisos para
os farmacêuticos colocarem ao lado de produtos homeopáticos
para alertar os clientes de que a eficácia dos produtos
homeopáticos geralmente não é apoiada por
evidências científicas. Os avisos também convidam
os consumidores a consultar o farmacêutico para detalhes.
A associação também pediu ao Ministério
de saúde Health Canada para revisar a autorização
de produtos homeopáticos [Jarry J. Quebec
pharmacies show signs of progress on homeopathy. McGill Office
for Science and Society. May 17, 2019].
A França
deixará de pagar pela homeopatia (#19-28 - 19 julho 2019)
O governo francês
anunciou que a partir de 2021 deixará de reembolsar os
pacientes pelos tratamentos da homeopatia.
Em junho, a Alta Autoridade da França para a Saúde
(HAS) concluiu que "não demonstrou cientificamente
eficácia suficiente para justificar o reembolso"
[Agence France-Presse in Paris. France
to stop reimbursing patients for homeopathy. The Guardian.
Jul 10, 2019]. A conclusão da HAS foi precedida por
um relatório
conjunto da Academia de Medicina e da Academia de Farmácia
da França publicado em março, juntamente com um
boletim
de imprensa conjunto que declarava: "Nenhuma
preparação homeopática deve ser reembolsada
por Assurance Maladie [seguro de doença francês]
até que tenha sido fornecida a demonstração
dum benefício médico suficiente. Nenhum diploma
universitário em homeopatia deve ser concedido por faculdades
médicas ou farmacêuticas". Reagindo à
decisão francesa, o Doutor em Medicina Steven Novella,
publicou no seu blog:
A homeopatia continua a ser uma fraude gigante para o público
com plausibilidade essencialmente zero e provas copiosas de falta
de eficácia. Governos de todo o mundo estão se movendo
na direção correta, mas não é nem
perto suficiente. Precisamos manter a pressão e continuar
educando o público sobre o que a homeopatia realmente é,
ou seja, nada [Novella, S. France
to end reimbursement for homeopathy. Science-Based Medicine.
July 10, 2019].
Postada
uma crítica clássica da homeopatia (#19-32 - 11 agosto 2019)
Homeowatch postou
o texto completo de um livreto de 40 páginas, "Modern
Homeopathy: Its Absurdities and Inconsistencies",que
foi publicado em 1894 e oferecido aos médicos para distribuição
aos pacientes. Embora a ciência médica estivesse
em sua infância, o autor do livreto conseguiu explicar por
que as premissas básicas da homeopatia eram absurdas e
seus remédios eram inertes. Ele também descreveu
como um hospital homeopático dava alta e rehospitalizava
seus pacientes mais doentes com tanta frequência que suas
taxas de mortalidade (por 100 hospitalizações) podíam
ser relatadas enganosamente como inferiores às de outros
hospitais.
Republicada
uma crítica clássica do catálogo de produtos
homeopáticos de 1886 (#19-34 - 25 agosto 2019)
Homeowatch postou
um catálogo de produtos homeopáticos de "alta
diluição" que foi publicado em 1886 e devidamente
ridicularizado num ensaio em 1890 no Journal of the American
Medical Association. Embora a ciência médica
estivesse em sua infância, já se sabia o suficiente
que certos produtos, feitos pela diluição repetida
duma substância original a ponto de não restarem
moléculas da substância original, não podiam
funcionar. O catálogo incluía produtos de "alta
diluição" feitos a partir de raios do espectro
de luz, do luar, azuis, vermelhos e amarelos, barata preta ou
do leste da Índia, fuligem de chaminé, mosquito,
vírus da raiva, e até pus de um abcesso retal. Um
produto, feito da seiva da árvore de acaju, era oferecido
como tratamento para o "desejo incontrolável de coito"
[Curiosities
of homeopathic pharmacy. Homeowatch, Aug 18, 2019].
Encontrou-se
um viés substancial de reportagem para estudos homeopáticos (#22-15 - 10 abril 2022)
Como os estudos com
resultados positivos são mais propensos a serem relatados
do que estudos com resultados negativos, alguns métodos
podem parecer mais eficazes do que realmente são
uma situação chamada "viés de reportagem".
Para combater esse problema, a World
Medical Associations Declaration of Helsinki (Declaração
de Helsinque da Associação Médica Mundial)
pede que os pesquisadores registrem todos os ensaios clínicos
e relatem seus resultados, e o International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE - Comitê Internacional de Editores
de Revistas Médicas) concordou em publicar resultados apenas
para ensaios registrados previamente num registro público.
Uma análise recente de ensaios clínicos homeopáticos
descobriu que:
38% dos ensaios de homeopatia permanecem inéditos, enquanto
53% não são registrados ;
25% dos estudos registrados alteraram ou mudaram a medida do desfecho
primário na publicação.
Os ensaios de homeopatia não registrados tendem a ter maiores
efeitos de tratamento do que ensaios registrados.
Embora observando que a não divulgação dos
resultados dos ensaios clínicos é um problema não
limitado à homeopatia, os pesquisadores escreveram que
suas descobertas sugerem uma falta preocupante de padrões
científicos e éticos no campo da homeopatia,
e concluiram:
O registro de estudos publicados foi pouco frequente, muitos estudos
registrados não foram publicados e os resultados primários
foram frequentemente alterados ou mudados. Isso provavelmente
afeta a validade do corpo de evidências da literatura homeopática
e pode superestimar substancialmente o verdadeiro efeito do tratamento
dos remédios homeopáticos [Gartlehner G and others.
Assessing
the magnitude of reporting bias in trials of homeopathy: A cross-sectional
study and meta-analysis. BMJ Evidence-Based Medicine, March
15, 2022].
O médico dr. Edzard Ernst, Ph.D., descreveu o resultado
do estudo de forma mais direta num artigo recente intitulado The
body of evidence on homeopathy is rotten to the core.
Outro comentarista apontou que a homeopatia é
baseada em conceitos pré-científicos mais semelhantes
à magia simpática do que a qualquer ciência
e argumentando apenas a partir da ciência básica,
a homeopatia não pode funcionar [Orac. Why
are so many clinical trials of homeopathy positive?
Respectful Insolence, March 23, 2022].
CFI processa
grande fabricante de produtos omeopáticos (#22-16 -16 abril
2022)
O Center for Inquiry
entrou com uma ação
contra a Boiron, Inc., uma das maiores fabricantes de produtos
homeopáticos
do mundo, por enganar consumidores vulneráveis com produtos
inúteis disfarçados de verdadeiros remédios.
A ação, movida sob a Lei de Procedimentos de Proteção
ao Consumidor do Distrito de Columbia (District of Columbia Consumer
Protection Procedures Act), alega que a Boiron : (a) vendeu uma
infinidade de produtos materialmente idênticos, cada um
composto de pílulas de açúcar e pós,
e (b) prometeu falsamente aos consumidores que cada item trataria
uma determinada doença, lesão ou condição
de saúde, apesar de não conter nenhum ingrediente
medicinal ativo detectável. De acordo com dados recentes
da indústria de produtos homeopáticos, 85% dos consumidores
que compraram produtos homeopáticos não perceberam
que eram homeopáticos e 91% dos compradores nem sabiam
o que significava o termo homeopático [Homeopathy
manufacturer Boiron sued for deceiving consumers with junk meds.
Center for Inquiry press release, April 14, 2022].
Homeopatia
confirmada como pseudociência (#22-36 - 18 setembro 2022 )
Um filósofo
e um proeminente pesquisador clínico de medicina
alternativa afirmaram que a homeopatia
é uma pseudociência porque seus proponentes: (a)
reivindicam um status científico para ela e (b) defendem
a homeopatia de maneiras que mostram descuido ou indiferença
à verdade [Mukerji N. Ernst E. Why
homeopathy is pseudoscience. Synthese, 200:394, 2022] .
Seu importante artigo:
- descreve a homeopatia
- observa a implausibilidade das preparações homeopáticas
como remédios
- descreve abordagens bizarras que os homeopatas usaram para fazer
parecer plausível a homeopatia
- explica por que as evidências apresentadas pelos homeopatas
são insuficientes
- discute a natureza da pseudociência
- distingue pseudociência de ciência, paraciência,
anticiência, má ciência e fraude científica
- discute argumentos falhos de que a homeopatia é pseudocientífica
- fornece exemplos de homeopatas que afirmam explicitamente e
implicitamente que a homeopatia é uma ciência
- discute como os homeopatas rejeitam partes essenciais da metodologia
científica estabelecida
- descreve como os homeopatas respondem às críticas,
mudando o ônus da prova, descaracterizando evidências
e escolhendo evidências
- critica os pesquisadores homeopatas que se recusam a submeter
alegações terapêuticas a testes rigorosos
e corretos
- descreve o problema dos homeopatas que frequentemente falham
em pré-registrar e publicar ensaios clínicos.
Amazon
repreendida para parar de promover homeopatia para crianças
(#22-36
- 18 setembro 2022)
O Centro de Inquérito
(Center for Inquiry-CFI) enviou uma carta
à Amazon pedindo que a empresa cesse imediatamente a distribuição
de remédios
homeopáticos não aprovados promovidos como medicamentos
para recém-nascidos, bebês e crianças doentes
e feridos. Uma busca pela palavra homeopático
no departamento de produtos de saúde da Amazon rendeu mais
de 10.000 resultados de produtos, cada um alegando tratar uma
série de problemas de saúde, desde dor no
nervo e febre a feridas cirúrgicas
e miomas e cistos do ovário. Muitos itens,
como "Boiron RhinAllergy Kids" e "Hyland's 4Kids
Pain Relief", são vendidos explicitamente como remédios
para crianças.
[Center
for Inquiry warns Amazon: Stop promoting homeopathic drugs as
treatments for sick babies and children. Center for Inquiry
news release, Sept 7, 2022]